domingo, 31 de julho de 2016

Presente


Nem faz tanto tempo assim, eu pensei em que a medida da vida deveria ser a capacidade de receber presentes.
O estopim para esse pensamento foi o fato de ter ganho uma meia e uma crônica do Luís Fernando Veríssimo sobre ganhar meias e o pior, ganhar meias de lã.
O pensamento era assim, enquanto podemos receber presentes vale a pena viver. Enquanto conseguirmos ver, ouvir, ler e compreender com clareza sempre vai ter um livro ou filme que se recebe numa demonstração de carinho. Quando não conseguimos mas aproveitar qualquer tipo de presente a vida não vale mais a pena.
Hoje sei que isso é uma bobagem, mesmo que interessante.
Quando não temos mais a capacidade de ler, ouvir, ou mesmo compreender um livro ou um filme, sempre será possível receber o afeto de quem nos presenteia.
Ontem ganhei uma caneta de meu irmão, fiquei feliz.
Mas há presentes ainda mais singelos, um convite inesperado, uma mensagem sincera, ou só ouvir a voz de alguém que nos envia um pouco de coragem, enfim qualquer coisa que nos traga paz já um presente e tanto.
Afinal....

"só podemos nos dar o amor do qual todas as outras coisas são símbolos..."
Borges

Um comentário:

  1. Muito interessante este texto, já que a minha vida ultimamente tem sido um grande presente todos os dias. Fez muito sentido pra mim. :)

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