sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O segundo melhor presente do dia dos pais

Que o dia dos pais tem um apelo comercial maior do que deveria, não é novidade para ninguém. Mesmo assim é bom ter datas específicas para nos lembramos de comemorar alguns fatos.
Presentes dos dias dos pais nos lembram gravatas, aparelhos de barbear e outras coisas assim bem masculinas.
Eu ganhei os porta-canetas, porta copos e canecas ao longo dos anos como pai. Sempre fiquei feliz com esses presentes.
Da convivência com os filhos o mais importante é o que a gente consegue fazer juntos, aquilo que passa de pai para filho e continua. Meu pai transmitiu o gosto por música. Ouvir com admiração, se deleitando com o prazer que música nos dá. Também acho que passei isso para minha filha.
Acontece que o gosto musical vai mudando de geração para geração, e também muda com a idade. Não dá para querer que os filhos jovens gostem de músicas de velhos, e nem que velhos gostem de músicas dos jovens. Em algum momento pode acontecer do jovem já não ser mais tão jovem e o velho não ser tão velho e então acontece do gosto musical coincidir.
Minha filha percebeu esse momento e me deu de presente um pen-drive com músicas que gostamos juntos: Clarice Falcão, Anavitória,  Banda do Mar, Tiago Iorc e 5aSeco, do qual sugiro: Geografia Sentimental.
Foi o segundo melhor presente que ganhei nos dias dos pais!


E o melhor?

O melhor foi quanto soube que ia ser pai!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Pronome possessivo invertido

Pronomes possessivos são, segundo a gramática, palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída). Ou seja, indicam que alguém possui alguma coisa. Meu caderno (o caderno me pertence, eu possuo um caderno). Sua caneta (a caneta pertence a você, você possui uma caneta).

Esse fim de semana tive a feliz ideia de visitar um amigo muito querido, distante no tempo e no espaço, e próximo das emoções. Já se passavam quase vinte anos que não nos víamos, algumas trocas de correspondências, alguns e-mails. Não muitos, o que é uma pena.
Fui sem avisar, porque a viagem é longa e não sabia se seria possível. Não quis criar uma falsa expectativa, nem para mim e muito menos para ele.
Ele me reconheceu imediatamente ao me ver no portão e fomos conversando, falando, entrando na casa, indo para a cozinha, tomando um café, enfim sendo de casa, como se eu tivesse passado ali ontem e não no século passado. Assim são os amigos.
Lá pelas tantas uma frase solta no ar me chamou a atenção: “como diz o meu amigo….”
Esse ‘meu’ é um pronome possessivo, indica a posse. Se ele é meu amigo eu tenho essa posse.

Nesse caso acho que a gramática deveria encontrar uma nova classificação, nesse caso deveria ser pronome possessivo invertido. Aos meus amigos não há posse e sim oferta. Dos meus amigos eu recebo sem nenhuma contrapartida, serenamente, a amizade. E dos que, para minha felicidade, podem falar de mim como seu amigo, há a oferta também serena e tranquila da amizade.