segunda-feira, 26 de agosto de 2013

“Na natureza selvagem” (Into the wild, 2007). Recebi essa indicação de minha irmã caçula. Fiquei grudado na tela o tempo todo. É daqueles filmes que a gente fica pensando por horas ou dias. As emoções ficam se repetindo na cabeça como num labirinto e não se resolvem, esvanecem com o tempo. Mais impressionante para mim foi rever minha agenda de 1992. Eu recém-formado, tecnicamente desempregado, sem namorada e inseguro. Fui passar uns dias na casa de minha avó no interior e comecei a planejar uma viagem, juntei o pouco de grana que tinha, fiz meu passaporte e iria para o oeste o quanto pudesse, estado de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraguay, Bolívia, Equador. O quanto desse. Ainda tenho o trajeto no mapa da agenda. Assim como a cópia do poema de Borges “Labirinto”, cujo verso inicial dá o nome desse blog. Não fiz a viagem. Em vez disso, fiz o concurso da Sabesp, passei e comecei a trabalhar...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Dia dos Pais

Ontem foi dia dos pais. E que dia! Nunca escondi que queria ter um filho, fui abençoado com uma filha e sou imensamente feliz por isso. Ensinei a ela o nome das ferramentas, a jogar xadrez, foi divertido. E só não foi em vão por que foi divertido. Nesse dia dos pais ela me deu dois presentes especiais, uma camiseta feita por ela mesma e fomos juntos assistir um jogo de futebol. Na verdade um jogo de futebol americano, na verdade da modalidade “flag” e para ver os Red Necks que perderam gloriosamente por 44 a 6. Pensei em ligar para os meus amigos que são pais e os parabenizar e receber também parabéns, mas não o fiz, fiquei curtindo o meu dia dos pais. Hoje, passada a euforia de um excelente domingo, eu pensei que a minha profissão de professor me faz em uma pequena medida o papel de pai, o papel de ensinar. Tenho colegas que não tem filhos, mas que adotaram vários alunos e sei que alguns desses alunos os tem em alguma medida como pais. Abaixo a letra de “Pai Grande” de Milton Nascimento. Meu pai grande Inda me lembro E que saudade de você Dizendo: eu já criei seu pai Hoje vou criar você Inda tenho muita vida pra viver Meu pai grande Quisera eu ter graça pra contar A história dos guerreiros Trazidos lá do longe Trazidos lá do longe Sem sua paz De minha saudade vem você contar De onde eu vim É bom lembrar Todo homem de verdade Era forte e sem maldade O dia vai O dia vem Todo filho seu Seguindo os passos E um cantinho pra morrer Pra onde eu vim Não vou chorar Já não quero ir mais embora Minha gente é essa agora Se estou aqui Eu trouxe de lá Um amor tão longe de mentiras Quero a quem quiser me amar