sábado, 12 de dezembro de 2015

Capilaridade


Vem de cabelo. Aquilo que é fino como um fio de cabelo. Às vezes, muito mais fino, até.
Em marketing ganha um novo significado, aquilo que se estende muito, até o consumidor final. Várias unidades de um hotel de modo a atingir uma maior parcela do mercado. Nesse sentido as consultoras de produtos de beleza são os maiores agentes da capilaridade no marketing. Estando em todas as partes e atingindo todas as pessoas. Quem não conhece uma consultora da Natura, do Jequiti ou da Avon?
Estão do nosso lado e entram em nossa casa, oferecendo coisas boas que servem para elas mesmas inclusive.

Uma vendedora da Avon precisa ter a confiança da dona da casa para oferecer o seu produto. E há vendedoras tão boas, tão sagazes, que oferecem  justamente o que a cliente mais precisa.  Faz com que a confiança inicial se alastre e aí abrimos não somente a porta da casa, mas também a porta do coração.

domingo, 4 de outubro de 2015

Doze livros

A Emília do Sítio do Pica-pau Amarelo sugeriu livros comestíveis. Ir lendo e comendo. Devorando com os olhos e com a boca. Com isso se dava uma utilidade ao livro já lido.
Eu decidi, desde algum tempo, que terei somente 12 livros na minha biblioteca. Doze sendo um número totalmente arbitrário, poderiam ser 10 ou 15, mas eu escolhi 15. Também não coloquei data para essa limpeza na minha biblioteca, mas já faz algum tempo que leio e empresto, dou, entrego na biblioteca e assim não vou carregando livros comigo.
Recentemente comentei isso com um amigo e a reação foi a de sempre, que é impossível ter somente 12 livros.
Então eu resolvi fazer a minha lista e olha que o difícil foi mesmo achar 12 livros que mereciam estar em uma biblioteca tão reduzida.
Ah...Livros com mais de um volume, ou uma trilogia, contam como sendo um só. Afinal a regra é minha e para mim.
Aqui vai a minha lista:
  • Jorge Luís Borges - Obras Completas 
  • As mil e uma noites
  • Yukio Mishima - Mar de Fertilidade
  • Milorad Pavitch - O Dicionário Kazar
  • Stephen King - JFK
  • Jung - O homem e seus símbolos
  • N. Wirth - Algoritmos e Estruturas de Dados
  • Lygia Bojunga - Meu amigo pintor
  • João Ubaldo Ribeiro - Viva o povo brasileiro
  • Arthur Clarke - O fim da infância
  • Gilberto Freyre - Casa Grande e Senzala
  • Andre Comte-Sponville - Pequeno Tratado das Grandes Virtudes
Não há ordem de importância e nem estou preso a esses livros somente.
Foi interessante fazer a minha lista.
E você? Até quantos livros guardaria e quais?

domingo, 13 de setembro de 2015

Havia um índio....

Folhas de caderno único para redações. Era assim que fazíamos quando estava no segundo ano, lá pelos idos de 1976. Fazíamos a redação como lição de casa e entregávamos a folha para a professora que devolvia com as correções. Chamamos isso de fichário hoje em dia, só que eram da metade do tamanho.
Não era das tarefas mais agradáveis, mas também não era tão ruim assim. Dava para imaginar coisas bem divertidas.
Lembro-me especialmente de uma redação que fiz sobre cinco amigos que entraram floresta adentro. Em um dado momento um deles resolve ir sozinho e se perde do grupo. Escrevi assim:
Havia um indo...
Só que a professora se confundiu com minha letra, ou estava com muita pressa, não sei, e corrigiu a palavra indo para índio. Enfim, entrou um índio na história e ficou estabelecida a confusão.
Confusões como essa aconteceram inúmeras vezes, muitas quando de correções do mestrado e do doutorado. Lembro de mudar algo de A para B e na outra revisão receber a sugestão de mudar de B para A. Mudanças no título de trabalho, então, nem se fala.
Não ficava irritado com isso, lembrava da história do índio.
Hoje, sou eu que faço as sugestões nos trabalhos dos meus alunos. A população de índios segue aumentando.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O segundo melhor presente do dia dos pais

Que o dia dos pais tem um apelo comercial maior do que deveria, não é novidade para ninguém. Mesmo assim é bom ter datas específicas para nos lembramos de comemorar alguns fatos.
Presentes dos dias dos pais nos lembram gravatas, aparelhos de barbear e outras coisas assim bem masculinas.
Eu ganhei os porta-canetas, porta copos e canecas ao longo dos anos como pai. Sempre fiquei feliz com esses presentes.
Da convivência com os filhos o mais importante é o que a gente consegue fazer juntos, aquilo que passa de pai para filho e continua. Meu pai transmitiu o gosto por música. Ouvir com admiração, se deleitando com o prazer que música nos dá. Também acho que passei isso para minha filha.
Acontece que o gosto musical vai mudando de geração para geração, e também muda com a idade. Não dá para querer que os filhos jovens gostem de músicas de velhos, e nem que velhos gostem de músicas dos jovens. Em algum momento pode acontecer do jovem já não ser mais tão jovem e o velho não ser tão velho e então acontece do gosto musical coincidir.
Minha filha percebeu esse momento e me deu de presente um pen-drive com músicas que gostamos juntos: Clarice Falcão, Anavitória,  Banda do Mar, Tiago Iorc e 5aSeco, do qual sugiro: Geografia Sentimental.
Foi o segundo melhor presente que ganhei nos dias dos pais!


E o melhor?

O melhor foi quanto soube que ia ser pai!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Pronome possessivo invertido

Pronomes possessivos são, segundo a gramática, palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída). Ou seja, indicam que alguém possui alguma coisa. Meu caderno (o caderno me pertence, eu possuo um caderno). Sua caneta (a caneta pertence a você, você possui uma caneta).

Esse fim de semana tive a feliz ideia de visitar um amigo muito querido, distante no tempo e no espaço, e próximo das emoções. Já se passavam quase vinte anos que não nos víamos, algumas trocas de correspondências, alguns e-mails. Não muitos, o que é uma pena.
Fui sem avisar, porque a viagem é longa e não sabia se seria possível. Não quis criar uma falsa expectativa, nem para mim e muito menos para ele.
Ele me reconheceu imediatamente ao me ver no portão e fomos conversando, falando, entrando na casa, indo para a cozinha, tomando um café, enfim sendo de casa, como se eu tivesse passado ali ontem e não no século passado. Assim são os amigos.
Lá pelas tantas uma frase solta no ar me chamou a atenção: “como diz o meu amigo….”
Esse ‘meu’ é um pronome possessivo, indica a posse. Se ele é meu amigo eu tenho essa posse.

Nesse caso acho que a gramática deveria encontrar uma nova classificação, nesse caso deveria ser pronome possessivo invertido. Aos meus amigos não há posse e sim oferta. Dos meus amigos eu recebo sem nenhuma contrapartida, serenamente, a amizade. E dos que, para minha felicidade, podem falar de mim como seu amigo, há a oferta também serena e tranquila da amizade.