quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Biópsia

Dados Clínicos: Paciente com massa cervical na bifurcação das carótidas
Qualidade do Material: Tumor carotídeo
Exame: Peça cirúrgica medindo 6 x 3 x 2 cm, referente à tumor de região carótida pesando 15g de superfície lobulada em áreas irregular, apresentando aos cortes tecido esbranquiçado e difuso com áreas amareladas pardacentas e hemorrágicas.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Finalizando

De outra parte teve coisas que funcionaram maravilhosamente bem.
De todas elas a mais importante foi a rede de amigos dando força, perguntando, fazendo orações, novenas, trezenas, etc.
Tudo isso dá uma segurança, um sentir-se querido que é da máxima importância.
Tenho certeza que não conseguiria passar pelo que passei sem o apoio que tive.
Obrigado.

Finalizando 1 - O que não funcionou

Agora que já estou bem, voltando a dirigir aos poucos, sem medicação, quero finalizar o blog.
Durante o período da cirurgia algumas coisas não funcionaram.
1. O MP4 não tem autonomia suficiente e a posição na cama não facilita, nem se tem o prazer de ouvir música como eu imaginava.
2. O aparelho eletrônico de Sudoku nem saiu da mala, não havia cabeça para este tipo de passatempo.
3. Algum prazer com a anestesia. Ouvi dizer que a anestesia geral poderia dar algum tipo de barato, me foi sugerido imaginar um céu azul cheio de estrelas e eu imaginei uma montanha-russa, mas nada disso funcionou. Apaguei e acordei, simples assim.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A primeira alta

Na tarde de terça-feira o dr. André me prometeu alta logo na quarta-feira de manhã, por volta das 6h00, portanto fui dormir confiante.
De repente o dr. André entra no quarto junto com a enfermeira pronto para me dar alta, eu levanto de pronto e fico todo contente. Demoro para entender por que ele se desculpa pelo horário, afinal eu achava que eram 6 da manhã e não 4. Ele teve que atender um motociclista em emergência e aproveitou para tirar o dreno e me dar alta.
Voltei então a cochilar e esperar dar tempo de ir embora.
Quando saí, por volta das 8h00, fui direto para a casa da minha sogra (que é bem pertinho) e finalmente descansei de verdade, almocei uma canja também de verdade e à tarde já estava em casa.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Retorno

A consulta correu como tudo o mais, perfeito. O dr. André tirou dois pontinhos, suspendeu a medicação e manteve a pomada cicatrizante até quando eu quiser, se for para ficar como cirurgia plástica usar por mais três meses, se for para ficar como o Brutus, já posso parar.
Fora de brincadeira, estou de alta completa, somente cuidar com peso e movimentos bruscos.

Última consulta (?)

Logo mais vou ver o dr. André. Dentro em breve novidades.

Um dia inteiro

A terça-feira no hospital foi um dia longo! Não consegui comer o café da manhã porque não podia me levantar. Os remédios vinham, mas eu não tinha mais soro, só um analgésico e um antibiótico.
No meio da manhã enquanto eu pedia encarecidamente a uma enfermeira para poder me levantar o dr. André chegou e já foi tirando o curativo, falando que tudo tinha sido ótimo, que eu já podia me levantar, tomar banho, andar...Ufa! Que alívio!
Naquele momento eu sentia bastante a dor no pescoço, como se tivesse levado um soco lá, mas podia ficar muito bem de pé e caminhar.
Quando veio o almoço eu me sentei à mesa e tomei toda a canja. Como é possível fazer canja sem arroz, sem frango e sem sal?
A alegria de estar bem não se abalou, nem mesmo quando devolvi o almoço.
No fim da tarde o dr. André passou de novo e disse que ia me dar alta logo na quarta-feira de manhã!
A partir daí comecei, já com a cabeça funcionando melhor, comecei a controlar o tempo da enfermeiras, as sombras pela janela, ou seja, tomar conta da vida. À noite fui dormir bem mais tranqüilo.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A primeira noite de um hospitalizado

A primeira noite, de segunda para terça, ainda foi confusa do ponto de vista de lembranças. Eu cheguei no quarto perto das 9 horas, e ainda estava bem sonolento e cansado.
Assim que fui instalado já me deram soro e o antibiótico, isso por um acesso na mão direita, este acesso ainda hoje (segunda, 9) dói, e foi um dos maiores incômodos nos dias de internação.
Ainda na noite de terça chegou um chá com bolachas, eu só consegui comer as bolachas, pois não me deixaram ficar sentado sem ordem médica.
Durante a noite as enfermeiras continuavam dando os medicamentos, e fui me recuperando aos poucos e me cansando de ficar sentado.

domingo, 7 de setembro de 2008

Login

Se é possível lembrar claramente da última frase antes de "apagar", o mesmo não se dá com a primeira frase ao acordar. As lembranças são confusas. Quem veio falar, o que disse, são todas lembranças bem tênues. Não me lembro se já enxergava ou estava de olhos fechados, lembro sim do "Seo" Irineu, que não parava de aponquentar as pobres das enfermeiras que davam broncas homéricas, mas parece que não adiantava nada. "Seo" Irineu teimava em se mexer ou tentar sair da maca.
Não sei quanto tempo fiquei na sala de recuperação. Lembro que comecei a ficar enjoado e tentei chamar uma enfermeira, lembro também que imaginava falar mas não ouvia minha voz, levantava o braço, mas não via meu braço, devia estar sonhando...mas acabei vomitando de verdade, e logo em seguida veio uma enfermeira me limpar e me levar para o quarto.
Neste momento eu já enxergava bem, mas fui alertado para fechar os olhos para não enjoar vendo as luminárias. Então eu fiquei de olhos bem fechados e bem quietinho, não queria levar uma bronca como o Irineu. Deu só para a ver a Maria com o rabo do olho.
Ao chegar ao quarto eu mesmo me movi da maca para a cama.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Logout

No centro cirúrgico a diferença mais visível é que some o hospital e entra a oficina. Tudo é mais simples, mais prático, mais direto.
Na sala de preparação uma enfermeira tentou pegar uma veia e não conseguiu, nem em um braço e nem em outro, então ela me fez um questionário, perguntando tudo de novo: fuma? tem alergia? já foi operado? a quanto tempo está em jejum? etc.
Veio uma outra enfermeira e fez uma massagem em meu braço direito e me espetou, nesta altura eu não senti a picada, mas perguntei quanto o remédio ia fazer efeito.
Logo em seguida eu fui levado à sala de cirurgia e fui apresentado à instrumentista ao anestesista e a um colega do dr. André. Eles ficaram conversando sobre o posicionamento das máquinas, do carrinho, dos médicos.
O anestesista se posicionou à minha direita, ligou uns eletrodos no meu peito, e um clipe no meu indicador. Eu vi um monitor com várias indicações, e ele me disse:
- Isso vai te dar sono.
Foi a minha última lembrança até o retorno.

Segunda de manhã

Como um dos motivos do blog é o de registrar os acontecimentos, vou tentar fazer um relato de tudo o que houve, com minhas impressões.
Na segunda-feira, assim que cheguei no hospital, já tive imediatamente uma boa impressão. A recepcionista que fez a documentação de internação, reconheceu meu nome e o pedido do Dr. André para que fosse feita a tipagem sanguínea. Logo de cara eu percebi que era esperado e que o dr. André já tinha avisado da minha chegada.
A documentação para internação foi dentro dos padrões de burocracia esperado, ou seja, demorou mais do que devia.
Ao chegar ao quarto fiquei aguardando a enfermeira. Não demorou muito e apareceu a primeira enfermeira perguntando se eu já tinha feito a tricotomia (?!), ou seja, se eu tinha feito a barba. Claro que estava feita e bem feita, de modo que dispensei o "prestobarba" e novamente percebi que as coisas estavam bem preparadas.
De resto, foi esperar a retirada de sangue para fazer a tipagem e aguardar o tal remedinho que o anestesista recomendara.
Estas duas etapas chegaram quase ao mesmo tempo, então eu que tinha esperado bastante, tive que tirar sangue, trocar de roupa e tomar o remédio, tudo ao mesmo tempo. Não consegui colocar o tal de avental cirúrgico e precisei de ajuda para fechá-lo.
Deitei-me na maca e fui levado ao centro cirúrgico. O meu pensamento naquele momento foi igual ao da fila de uma montanha-russa, dá um friozinho na barriga, a gente pensa em desistir, mas sabe que vai ser bom.

Bem meio vago...

Bom...acho que foi assim que me senti ontem: bem meio vago. Com o dia escorrendo pelas mãos e sem muito o que fazer, cochilando, acordando, comendo, voltando a cochilar, enfim, bem meio vago.
Considerando que o que saiu de mim não deveria estar lá, não há nada que me esteja faltando. Como também não há nada sobrando, minha recuperação é somente a cirurgia. Estou tomando um antibiótico, uma pomada para cicatrização e um analgésico (na verdade até parei com o analgésico).

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Já estou de volta

Pronto. Já estou em casa, tudo correu maravilhosamente bem. Ao longo do dia vou contando como foi.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A hora é agora

Bom dia! Estou de saída para Piracicaba.
A agenda prevista é a seguinte, interno às 10h00, opero às 13h00 e saio no final da tarde. Na terça me recupero e na quarta volto para casa.
Muito obrigado a todos que acompanharam, torceram, apoiaram, rezaram.
Me aguardem, em breve estarei de volta.