segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Neve e volta para casa
Ontem voltei de Colonia para casa. Foi uma aventura. Por ter o ticket para usar somente trens locais eu tive que ir de Colonia até Coblenca, de Coblenca para Mainz e finalmente de Mainz para Darmstadt.
Em Colonia vários trens estavam atrasados, muita gente na estacao, uma confusao só. Eu imprimi meu itinerário e corri pegar o trem na plataforma 9. Cheguei bem em cima da hora e entrei no trem. Assim que o trem partiu eu percebi que estava no trem errado :(. Era o trem para Aachen e nao para Coblenca. Desci na primeira estacao e voltei para Colonia. Imprimi um novo itinerario e aguardei o trem correto. Nao esperei muito e embarquei.
No tempo normal chegamos até estacao Sul de Colonia. Mas aí comecaram os problemas. O trem comecou a andar devagar, foi parando, parando e parou em Brühl. Um aviso pelo alto-falante informou que o trem nao ia seguir viagem e que deveríamos pegar um outro trem na plataforma 53. Lá fomos nós.
Brühl é uma estavao pequena, na plataforma 53 nao há cobertura. Ficamos todos tomando neve e aguardando. Flocos grandes com vento. Meu gorro ficou molhado e a cabeca comecou a esfriar. Por mais que me cobrisse a neve derretia e escorria, entrando pela nuca.
Depois de uns 15 minutos um novo aviso nos alto-falantes, informando o cancelamento do trem.
E aí? O que fazer?
E eu nem entendia o que saía nos alto-falantes. Precisava perguntar para alguém.
Na dúvida eu resolvi voltar ao trem, para pelo menos, ficar coberto.
Várias pessoas fizeram o mesmo, o trem lotou. Nao havia espaco para os carrinhos de bebe e bicicletas. Depois de uns 20 minutos um novo aviso, desta vez com uma notícia pior, nenhum trem estava indo para o sul. Só nos restava esperar.
Mais uns 10 minutos de espera, e o motorneiro saiu da cabine e informou que deveríamos sair do trem. Eu vi todo mundo saindo e saí também. De novo na neve.
Eu tentando me proteger de todas as maneiras e uma família francesa com tres filhos sem gorro, sem luva, se divertindo. A mae nem ligava, muito estranho para mim.
Como eu estava com uma cara de interrogacao, uma senhora me informou em ingles que o trem iria sair e um novo trem iria para Bonn, que aquela era a única linha em funcionamento.
O trem tentava sair e nao conseguia, vapores, ar comprimido, luzes apagadas e nada do trem se mexer. Eu cansei e fui para o túnel que liga as plataformas, para pelo menos nao ficar na neve.
Depois de alguam espera, uma comemoracao. O trem consegui sair. Voltei para a plataforma e esperei um outro trem que nao demorou muito.
Este trem foi até Bonn, sem maiores complicacoes. Como estava lotado fui de pé o tempo todo.
Em Bonn, procurei as informacoes e tomei um trem direto para Mainz.
Dentro do trem o sistema de aviso escritos informava que o trem iria até Coblenca. Já era um grande avanco.
Chegando em Coblenca o aviso de que era o ponto final. No alto falante um aviso que o trem iria, depois de uma curta pausa para...eu nao consegui entender, mesmo sendo o aviso em alemao e depois em ingles. Perguntei para o meu vizinho e ele informou que o trem seguiria para Bingen. Eu respondi que iria para Mainz e ele me respondeu que devia ser isso mesmo, pois Bingen está na mesma direcao de Mainz. Eu agradeci e decidi esperar no trem. Ele entao sacou o IPhone e consultou o site da DBahn, mas com a confusao toda o site estava desatualizado.
Eu fiquei e logo depois de comecar a andar, o sistema de avisos informou que o trem iria para Mainz.
Ufa! Finalmente a viagem seguiria normalmente. Qual o que! Tres estacoes depois o trem parou e depois de 20 minutos um aviso sonoro que o trem teria um atraso de 55 minutos!
Nada a fazer senao esperar.
Com paciencia esperei e fui recompensado. O trem seguiu normalmente para Mainz e em Mainz peguei o trem para Darmstadt esperando somente 10 minutos. Cheguei em Darmstadt e esperei só 5 minutos para pegar o onibus para casa!
Saí de Colonia as 14h55 e cheguei em casa as 22h50. 8 horas para uma viagem que deveria durar 3!
No Brasil foi noticiado assim.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Manha Tarde Noite
No verao eu achava muito gostoso ver o sol se por as dez da noite. Agora, no inverno, antes da cinco já está escuro.
No meu costume o dia tem sempre uma divisao muito clara entre manha, tarde e noite. Acordamos cedo para aproveitar o dia, tomamos um café rápido e trabalhamos bastante até o meio-dia. Quando o sol fica a pino nao dá mais para trabalhar, paramos para almocar e descansamos um pouco. Entao retornamos ao trabalho e até o sol se por e jantamos. À noite ainda temos muito o que fazer, aproveitando o clima mais ameno podemos sair, passear ou fazer algo em casa mesmo. Todos os dias tem suas divisoes bem claras. E uma refeicao bem definida para o inicio de cada parte do dia.
Nesta latitude esta divisao fica bem confusa, no verao a parte da noite nao existe, quando escurece o dia já acabou. No inverno há um período só, o curto intervalo entre o nascer e o por do sol.
Nao é ruim, é diferente, e para quem nao está acostumado, esquisito.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Aos meus sobrinhos
Lá fora faz frio, muito frio, mas está sol. Um sol que nao esquenta, que brilha fraco, ilumina mas nao esquenta. É o mesmo sol que vemos no Brasil, mas aqui os raios custam a chegar e chegam fracos.
Eu custei muito a chegar aqui, demorei demais, mas nao cheguei fraco, pelo contrário, cheguei forte. E só cheguei depois de tanto tempo porque fui forte. Parte desta forca está no exemplo do meu tio que foi para Londres estudar.
Longe de mim a pretensao de ser um exemplo, só gostaria que voces soubessem que a experiencia está sendo fantástica. Que nada se compara. Que venham se puderem, que facam o possível e o impossível para ter esta experiencia. Que mostrem a sua forca para este sol fraco e brilhem!
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Liberdade e Responsabilidade
Estes dois exemplos me causaram uma tristeza muito grande pelo que acontece com o meu país. Lutamos tanto por liberdade e a conseguimos. Agora estamos perdendo pouco a pouco por não termos conseguido agregar responsabilidade à liberdade.
A conta é simples, quanto mais liberdade mais responsabilidade. É assim na vida das pessoas em todos os círculos, na família, no trabalho, na igreja, no clube. No nosso amadurecimento vamos passando a ter mais e mais liberdade ao mesmo tempo em que vamos temos mais e mais responsabilidade. Não há como ter liberdade sem responsabilidade e nem responsabilidade sem liberdade.
Infelizmente estamos nos tornando uma sociedade sem responsabilidade. Os jovens que agrediram o gay não serão responsabilizados pelo que seu ato, por isso mesmo fizeram o que fizeram. O bandido não seria responsabilizado pelo seu crime. Os colegas o justiçaram.
Precisamos atentar para que assumamos responsabilidades se quisermos ser livres. E o que mais me assusta é que os sinais mostram que estamos escolhendo o caminho errado. O caminho de reduzir as liberdades, de uma nova lei, de um novo procedimento, de um novo órgão para cuidar disso e daquilo. Devemos ter a coragem de assumir o caminho de aumentar a liberdade, aumentando assim a responsabilidade. Esse caminho passa por punir os jovens agressores pelo que eles fizeram e não pelo o que eles são, à que família pertencem, ao futuro que terão. Também é preciso punir os policiais que agiram de modo errado, ao mesmo tempo, em que se garanta que criminosos cumpram sua pena corretamente.
Eu ainda vou entrar em um ônibus no meu país com a liberdade de não passar pela catraca ou de ter um cobrador, que me de a liberdade para que eu escolha o bilhete mais adequado para a minha viagem e que me cobre corretamente se a minha conduta for errada.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Eu acredito é na rapaziada....
Aqui encontro muitos brasileiros, de diversos grupos. Algumas brasileiras casadas com alemaes, outros que vem tentar a vida e trabalham como garcons e formam guetos nas sorveterias e muitos jovens que vem para fazer estágio durante a graduacao.
Semana passada uma menina sentou-se ao meu lado e falava ao celular sobre uma festa brasileira na moradia dos estudantes. Quando ela terminou de falar eu perguntei a ela sobre a festa, diante do susto de ouvir alguém falando portugues ela me perguntou:
- O senhor também é brasileiro?
Conversamos um pouco e ela tem a vida típica dos estudantes brasileiros, vem da Unicamp, USP ou da PUC-Rio para fazer algumas disciplinas, tentar um diploma dupla e ganhar experiencia internacional.
Sao jovens muito capazes, com domínio do ingles e pelo menos o alemao básico, boas notas, muito esforcados e com a experiencia que ganham aqui vao muito longe.
Fico muito feliz com estas companhias e acredito mesmo nesta rapaziada, que irá muito mais longe que a minha geracao.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Formula 1 - Meu desejo
O que as escuderias irao fazer. A Ferrari inverteria a posicao de seus pilotos? Se isso acontecesse o que faria a Red Bull?
É para isso que eu estou torcendo
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Imagens em 3D
O instituto no qual estou trabalhando colocou uma nova foto na homepage, olhe com muito cuidado e voce vai me achar, ou pelo menos, uma pequena parte.
Uma outra coisa muito interessante é que o instituto acabou de comprar um monitor 3D para uso sem óculos. É muito ruim, a imagem trepida um pouco, a gente se cansa rápido, mas é fantástico ao imaginar o quanto estas coisas evoluem rapidamente.
Um novo caminho para a Universidade
Estou indo para a Universidade de trem. Tem um trem que sai da estacao central e vai para a universidade.
É muito melhor que ir de onibus e agora que o frio chegou, nao me animo a ir de bicicleta. Sao poucos horários, mas é mais rápido, e infinitamente mais confortável.
O trem é da Bombardier, novinho, silencioso, quente e nao vai lotado como o onibus.
Uma delícia.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Outono
Na sexta-feira passada eu fui correr, mas o meu horário preferido de corrida já está proibitivo. Antes das 6 já está escuro. O que salva é que tudo fica muito bonito. As árvores ficam em vários tons do vermelho ao amarelo, as folhas caem e se faz um tapete lindo.
É uma estacao especial, uma preparacao para o inverno que virá.
Muitas pessoas me falam da depressao do inverno, da falta de luz, do frio...
Para mim está ótimo, estou produzindo como nunca, escrevendo e escrevendo. Vou sentir falta das corridas (nao vou parar de correr, mas reduzir e mudar de horario). Vou sentir falta de andar de bicicleta, mas nao posso reclamar.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Eleicoes
Eu acompanhei o processo eleitoral como uma forma de me conectar com o Brasil e fiquei profundamente decepcionado. A campanha foi horrível, especialmente na Internet. Mesmo a campanha oficial nao produziu nenhum debate profundo sobre coisas importantes. A questao religiosa ter tido o destaque que teve foi deprimente.
Minha esperanca agora é na democracia, que esta eleicao sirva para que aprendamos a nunca mais aceitar que alguém nos diga em quem votar. Que caminhemos para a independencia que tanto precisamos.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Pequenos prazeres
Acho que foi minha última corrida na Alemanha. O frio chegou para valer e nao dá a menor vontade de sair de casa.
Saí um pouco antes das 5 da tarde, de moleton e agasalho para uma corridinha de meia hora. No farol (sim, eu sou paulista) um menino de uns 7 anos aguarda o verde impacientemente, com o seu patinete.
Eu olhei para ele e para o farol, para ele de novo e para o farol, fiz mencao de sair correndo e tornei a olhar para ele. O menino respondeu com um sorriso que tinha entendido a brincadeira.
Quando o sinal abriu eu tomei a dianteira e fui correndo com um passo apressado, mas sem disparar. O menino veio atrás e dava tudo para me ultrapassar. Eu fiquei bem à direita e nao reduzi o passo. No meio do quarteirao ele me passou e eu disse "Porcaria" (em alemao). Ele olhou para trás e sorriu vitorioso!
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Eleicoes
Os debates do primeiro turno nao chegaram nem perto de onde eu gostaria. Nada de profundo, nada de serio. Minha torcida por um segundo turno foi grande pela esperanca de que o debate se aprofundaria e questoes relevantes fossem tratadas.
Quanto vi o resultado e a grande votacao da Marina fiquei contente. Afinal o recado estava dado, Dilma e Serra tinham espaco (os eleitores de Marina) para discutir algo diferente, para entrar em questoes realmente importantes.
Mas qual!
O segundo turno piorou o debate, cada vez mais vejo menos diferencas nos discursos dos candidatos e nenhuma intencao de discutir as coisas a sério. Aborto, Deus, Privaticacoes, faca-me o favor. Nao há vida inteligente na política?
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Procurando Susan....
Aqui eu fico fazendo isso tempo todo, de modo silencioso e discreto, uma brincadeira de mim para comigo mesmo.
É muito fácil achar pessoas como a minha professora de alemao no Brasil e como Darmstadt é uma cidade de muitos estrangeiros é possível achar vários tipos diferentes.
Hoje me deparei com uma moca no onibus que me lembrou imediatamente minha irma. Magra, com o cabelo liso, sem maquiagem, cadarcos de cores diferentes em cada pé, uma covinha bem pequena, os dentes pequenos. Fiquei feliz.
Depois pensei: Opa! Esta é a minha irma quanto tinha 15 anos, nao é a minha irma de agora.
Fiquei meditando sobre as dimensoes que nos limitam, as dimensoes espaciais nos limitam e nos moldam, eu sou outro aqui na Alemanha, e ainda assim sou eu mesmo. Também sou outro agora que meu cabelo comeca a ficar branco, e sou eu mesmo de quando tinha 15 anos. O tempo e o espaco nos limitam e nos moldam, como serei um ano mais velho e depois da experiencia alemao?
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Gastura
Hoje comeca o outono aqui e a primavera no Brasil, o meu senhorio colocou uma bruxa e uma abobóra na porta da casa, um cidadao que tem uma estátua de um cachorro no muro da casa, o fantasiou de gorro e cachecol. Estas marcacoes do tempo servem para nos alertar que o tempo passa, nao tem jeito, vai escorrendo pelas maos, sendo tecido por maos habilidosas, mas nunca para. Segue sempre em frente.
Ao mesmo tempo, estas marcacoes, que aqui sao muito mais presentes que no Brasil, nos fazem lembrar que no ano que vem vai acontecer de novo, mais um equinócio, mais um soltíscio, mais um Natal, mais um Sao Joao. Entao nao é o caso de desesperar, teremos mais o que fazer, mais o que comemorar.
Só que um ano mais velhos! Isso chega a dar uma gastura.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
10 mais
De qualquer maneira já está na hora de fazer as listas.
As 10 coisas que eu mais gosto na Alemanha
Organizacao
Transporte público
Educacao (e o sistema educacional)
Horários
Bicicletas
A durabilidade das coisas
Parques e espacos públicos
Seguranca
Nao consumismo
Confianca (valor da palavra)
Vou tentar, é garanto que vou ter mesmo, detalhar estes tópicos nos próximos posts. E quem sabe, na hora de ir embora eu tenha coragem de fazer uma lista das 10 coisas que eu nao gosto.
domingo, 29 de agosto de 2010
Quer pagar quanto?
Esta é a rua da minha casa, Gräfenhäuser Strasse. Significa a rua que leva para Gräfenhäuser.
A tranquilidade é aparente, esta foto foi tirada num domingo de manhã. Mas outras coisas são facilmente perceptíveis. Para um engenheiro eletricista nota-se de imediato a ausência de fios e postes, se você não percebeu isso, atende para a quantidade de árvores. No Brasil não temos árvores nas ruas porque temos os fios de eletricidade.
Outra coisa que se percebe é o fato das casas não terem grades ou muros.
Veja a casa do meu vizinho. A porta fica na lateral, mas não há nenhuma cerca.
A minha pergunta do título chega agora: Quanto você está disposto a pagar para morar numa rua assim? Claro que tem que pagar. Não existe almoço grátis. Esta segurança custa e se você quer ter esta segurança, você tem que pagar por isso. E isso custa caro.
O custo desta segurança está numa sociedade mais igual. Está em colocar seus filhos na mesma escola que qualquer pessoa, está em, mesmo tendo emprego muito bom, sua vida não será tão melhor que o de qualquer pessoa. Está em andar de ônibus como todo mundo e encontrar o seu empregado ao seu lado. Está em contar o dinheirinho para todas as compras e poupar. Está em não ter empregada.
Ok. Se você estiver respondendo que já paga por isso pela quantidade de impostos que paga. A resposta está em um ditado que ouvia do meu avô: Quem compra errado paga duas vezes.
Ter a segurança e tranquilidade não está em construir muros mas sim em derrubá-los.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Fusos, horários confusos
A diferenca de fuso daqui para o Brasil varia de 3 a 5 horas, dependendo do horário de verao em cada lugar. Agora estamos com cinco horas de diferenca.
Estou escrevendo este post um tanto atrasado em relacao ao fato, mas só me deu vontade agora.
Um sobrinho de um amigo meu, de 8 anos de idade, teve muita dificuldade em entender como funciona o sistema de fuso horário. Como pode ser uma hora diferente em cada lugar? Depois de muito explicar ele acabando entendendo, ou melhor, aceitando esta diferenca.
Durante a copa este meu amigo ligou para a família um pouco antes do jogo do Brasil e o sobrinho perguntou:
- Que horas que vai ser o jogo aí? O jogo já aconteceu aí?
- Nao. O jogo acontece no mesmo horario.
- Mas como assim?
Imagino a cara de confusao do menino!
domingo, 15 de agosto de 2010
Porta do banheiro
Porta de banheiro é igual aqui e no Brasil. Tem um monte de bobagens escritas. Aqui eu uso o mesmo banheiro dos alunos, não há um banheiro especial para o instituto. Tem algumas bobagens escritas, mas menos que no Brasil. Mas, o que me chamou atenção mesmo foi o que tentei reproduzir na imagem acima.
Eu conhecia esta brincadeira com matemática desde os tempos de oitava série, um pouco diferente na formulação, mas o mesmo princípio. De vez em quando ainda uso com meus alunos, desafiando-os a achar onde está o erro.
Eu achei graça de ver isso na porta do banheiro. Ainda mais porque (não deu para reproduzir na figura e eu não ia entrar no banheiro com uma máquina fotográfica) a proposição está com uma letra e a resposta com outra.
Acho que eu estou usando o banheiro dos nerds.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Noites de verao
Eu imaginava que ia poder aproveitar o dia muito mais. No entanto, agora que o verao comeca a ir embora eu percebi que foi totalmente diferente do que imaginava.
Minha comparacao era com as férias de verao em Caxambu ou Águas de Lindóia. A gente chega cansado do dia inteiro passeando, vai para o hotel, toma um banho, desce para jantar e ainda sai à noite para tomar um sorvete ou entao joga baralho, até que chegue a hora de dormir.
Como aqui o dia nao termina cedo, ficamos prolongando as atividades do dia e nao aproveitamos o periodo da noite, varias vezes eu quis sair depois da janta para tomar um sorvete e já era tao tarde que nao dava mais.
Estranho isso, nao é?
sábado, 31 de julho de 2010
Defesa de Doutorado
Semana passada fomos assistir a defesa de doutorado de um colega alemão que esteve no Brasil para um estágio. Um cara muito legal, no Brasil entrou no clima sem receio, se colocava à vontade em todas as situações e portanto também nos deixava à vontade. Tomou caldo de cana, comeu carne até não poder mais, experimentou palmito, comeu feijoada e adorou creme de abacate.
Vê-lo na defesa foi um prazer uma honra, além de poder prestar uma homenagem.
A defesa aqui não é muito diferente de uma defesa no Brasil. O doutorando expõe sua tese por 30 minutos e é submetido a uma sabatina da banca, começando pelo orientador.
Até aí tudo igual, com a óbvia diferença que começa em ponto e que os familiares do doutorando não assistem. Somente os colegas de instituto.
Nas perguntas do orientador uma grande diferença, as perguntas começam de conceitos básico, relacionados com a tese, mas no nível de graduação. No caso do meu amigo foi uma prova oral de banco de dados e modelagem orientada a objetos.
Depois as perguntas dos demais membros da banca. Terminadas as perguntas, todos são convidados a se retirar e a banca decide sobre a nota e aprovação. Chama o doutorando e comunica a nota. Que não é divulgada, é uma informação que diz respeito somente ao doutor e é até falta de educação perguntar a nota.
No final não é muito diferente das do Brasil, isto é, das de exatas, porque não dá para comparar em nada com a que assisti de um grande amigo na Faculdade Educação da Unicamp.
Depois de feito doutor, os colegas colocam o chapéu de doutor que é feito sob medida e enfeitado com coisas significativas do doutor. Para o meu amigo fizeram um banco de dados (dados de jogar), um pedaço de teclado com cola quente derretida (simbolizando a mania de limpeza), um tapete persa e uma placa de Heidelberg, por conta de um projeto com este nome que ele tocou durante o tempo no instituto. Com chapéu ele entra num carrinho que tenta ter a forma de um monitor gigante e nós o puxamos em volta do prédio da universidade.
Um lanche com sekt é servido ao presentes.
E é isso.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Água dura em pedra mole
Nao, nao é brincadeira nao. A agua pode ser dura, basta ver na wikipedia.
Por conta disso as panelas, a cafeteira, o ebulidor, enfim, tudo que tem água aquecida fica rapidamente esbranquicado. Dá para ver o "calc" ou calcita.
Tecnicamente nao há problema para o consumo humano da água dura, ou seja, podemos tomar água diretamente da torneira. A maioria das pessoas aqui compra água mineral para consumo e cozinhar, outra solucao possivel é um descalcificador de água.
Foi esta a solucao que utilizamos, colocamos a agua na jarra e temos que trocar o filtro, mais ou menos, uma vez por mes.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Lago - Liberdade
Quando tinha minha Caloi 10, o maior sentimento era de liberdade, podia ir para qualquer lugar, passear a noite, ir ao clube de dia. A mobilidade vinha com a liberdade e a bicicleta era minha, nao tinha que repartir com ninguem.
Aqui tambem esta sendo assim, o sistema de transporte publico funciona muito bem, mas a bicicleta te livra dos horarios, eh possivel ir para qualquer lugar a qualquer hora, mesmo porque aqui eh tudo plano e perto.
Neste fim de semana pudermos experimentar com muita alegria esta liberdade.
Recebemos a visita de um colega que esta trabalhando na Italia e fomos ver todos os pontos turisticos de Darmstadt no fim de semana.
No domingo fomos ao Grube Prinz von Hessen, que eh um lago no meio da floresta. Fica a 10km de casa, de onibus teriamos que tomar um ate o centro e outro ate o lago. De bicicleta fomos passeando e nos divertindo.
Chegando la, vimos algumas pessoas tomando sol numa especie de praia, a maioria familias com criancas. Alguns estavam na agua, que para minha surpresa nao estava tao gelada assim. Um pouco mais alem, outra praia, e outras vez mais pessoas tomando sol, so que desta vez peladas. Todos velhinhos, eh muito estranho, fiquei constrangido.
Demos a volta no lago e paramos de novo na primeira praiinha. Fiquei de bermuda e nadei no lago. A agua estava uma delicia.
Depois foi voltar para casa, de novo aproveitando a viagem de bicicleta.
domingo, 25 de julho de 2010
Bicicleta
Hallo,
Sind Sie der Besitzer des "Diskus" roten Fahrrad in den Keller?
Sie wollen ein Geschäft machen?
Bitte schreiben Sie mir zurück oder schauen Sie für mich bei 2. Stock
Sie Nachbarn
O prédio onde moro tem, além de um porão, um bicicletário. Um lugar onde ficam guardadas as bicicletas dos moradores. Lá reparei numa bicicleta vermelha com o pneu murcho que ninguém mexia. Decidi então enviar o bilhete transcrito acima para todos os moradores, deixando na caixa de correio.
No dia seguinte já comecei a receber as respostas. O chinês que mora do lado respondeu no verso do bilhete dizendo não ser o dono. O vizinho de baixo veio pessoalmente e avisou que não era o dono.
Eu já estava impressionado com a pronta resposta quando um vizinho bate à porta e diz ser o dono, que topa vender a bicicleta. Ele comenta que pagou 80 euros, mas aceita 50 por ela. Eu achei caro. A da minha filha eu comprei por 15, e vi várias no mercado de pulgas por 20. A bicicleta estava em bom estado, mas com o pneu murcho.
Começamos então a conversar e ele conta que é da Bósnia, que trabalha no aeroporto e faz engenharia. Contamos nossas vidas, as dificuldades de estrangeiros na Alemanha, ele diz que pensou que fossemos turcos, como aliás pensam todos os alemães de quem tem o cabelo escuro.
Na despedida, talvez animado pela conversa, ele falou:
- Me dá vinte que a bicicleta é sua.
Eu imediatamente paguei e fiquei dono desta bike.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
A vitória da Espanha
Testes de QI sao muito bons para mostrar a capacidade da pessoa em resolver testes de QI. Brincadeiras a parte, fazer as ligacoes entre diferentes acoes nem sempre eh muito facil, fazemos as ligacoes pensando nas nossas proprias crencas.
Ouvi de um medico que analisar eletroencefalogramas eh construir pontes entre duas ignorancias, nao se sabe muito sobre o cerebro e nao se sabe muito sobre o encefalograma.
Comeco assim por conta das varias analises depois do final da Copa do Mundo (serei obrigado a escrever Copa do Mundo Fifa?).
Sardenberg, no Globo, mostrou que a vitoria da Espanha foi a vitoria do livre mercado. Paulo Vinicius Coelho, na ESPN, disse que esta vitoria fez bem ao futebol e mostra que o trabalho serio traz resultados. Gustavo Chacra, no Estado, por sua vez, desmonta a ideia da vitoria da Espanha ligada ao modelo economico e a democracia, e em outro post, mostra que os catalaes prefeririam a separacao ao titulo mundial.
Um olhar mais atento mostra que uma vitoria no futebol mostra somente que houve uma vitoria no futebol, nao eh possivel creditar ao livre mercado, ao trabalho da Espanha, outras selecoes com estas caracteristicas nao venceram e times sem trabalho ou livre mercado ja venceram. Assim como nao da para desacreditar no multiculturalismo porque a Alemanha nao venceu.
A vitoria da Espanha na Copa do Mundo serve somente para saber que a Espanha ganhou a Copa do Mundo.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Frankfurt 40 graus
No sabado fomos a Frankfurt, que os portugueses chamam de Francoforte ao Meno. Foi o dia mais quente do ano na Alemanha. Os termometros marcavam 43 graus. Como aqui tudo é preparado para o frio, quando o calor chega fica um tanto desconfortável.
Passeamos ao lado do rio Main, caminhamos pelos centro de compras, entramos no shopping. Frankfurt é mesmo uma cidade interessante, assim como Darmstadt me lembra Sao Bernardo, Frankfurt me lembra Sao Paulo.
Na volta estávamos muito cansados, pelo que andamos e pelo calor. Foi um bom jeito de passar o sábado e voltamos a tempo de ver a disputa pelo terceiro lugar.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Heinerfest
E uma festa atrás da outra. Aqui em Darmstadt tem um personagem da cidade, que é o trabalhador por tarefa de antigamente, o cidadão típico de Darmstadt é um chapa, veja a foto:
Semana passada teve a festa do Heiner, a Heinerfest. Um monte de atrações no centro da cidade. Muita gente circulando, comidas, bebidas e até cartomante.
Não tem uma montanha russa boa, tem um arremedo de montanha russa que não vale a pena. Mas tem este brinquedo aqui.
Obs. Pode causar enjoo.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
O caminho
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Linha do óleo de oliva
Estar na Alemanha, ou na Europa é estar num mundo organizado. O que me encanta.
Tudo está no seu lugar, tudo bem dividido, como deve ser. Os ônibus andam no horário, os bondes estao nos trilhos, as bicicletas circulam pelas ciclovias, enfim tudo muito organizado.
Os europeus tem esta mania. Além das divisoes entre países eles também fazem divisoes entre várias outras coisas, como estabelecer claramente as religioes, as plantacoes, as florestas.
Na culinária existe a famosa fronteira do óleo de oliva e da manteiga, ao norte desta fronteira a alimentacao é feita à base de porco, manteiga e cerveja; ao sul se come carneiro, a base da gordura é o óleo de oliva e a bebida o vinho.
No Brasil é tudo misturado, comemos pizza com azeite e tomamos cerveja. Chamamos de vinho qualquer bebida que seja mais chique, nao respeitamos nenhuma fronteira, mas eu sei porque.
Assim como os Bandeirantes avancaram para o oeste ignorando o tratado de Tordesilhas e passando por cima de qualquer fronteira, também alguns bárbaros da família do Russoz, já misturados entre russos e armênios, atropelaram estas fronteiras, colocando quandidades infinitas de azeite em pizzas de Aliche e tomando cerveja, misturando pimenta com qualquer coisa, esvaziando um Porto pela madrugada em conversas filosóficas.
Por ignorar estas fronteiras podemos aproveitar mais prazeres e nos deliciar com os mais diferentes sabores.
terça-feira, 29 de junho de 2010
Complexo de Golgi
Eu achei a coluna muito engracada, principalmente por que me irrito muito com gente que nao quer aprender isso ou aquilo por que nao terá utilidade.
Este mês, numa entrevista ao Caderno de Educacao(http://tinyurl.com/32ap85v), Fernando Reinach levantou este mesmo tema ao declarar "Quantas pessoas calculam raiz quadrada em seu dia a dia?"
Acontece que nao se aprende para usar, primeiro porque é impossível definir o que se vai usar ou nao. Bussunda usou o seu conhecimento sobre complexo de Golgi para fazer uma piada, objetivo do seu trabalho - na verdade, ele fez várias piadas com este tema. Outra coisa é deixar de aprender algo implica em aprender alguma outra coisa no lugar, vejo muitos exemplos de deixar de aprender alguma coisa por inútil e nao aprender nada no espaco deixado por esta falta de aprendizado, o que é com certeza inútil.
Porém, mais importante do que tudo isso é compreender que o aprendizado vale pelo caminho em si, vale o exercício da memória, a curiosidade de coisas novas, as ligacoes imprevisíveis que se formaram com conhecimentos aparentemente desconectados. Vale compreender que se aprende de forma rizomática, sem controle.
Quem diz que nao precisa aprender alguma coisa está com precisa de aprender qualquer coisa.
domingo, 27 de junho de 2010
Herança
Herancas podem ser boas ou ruins, nem sempre é uma coisa boa. Algumas doencas vem por heranca, diabetes, doencas do coracao, calvicie e muitas outras sao transmitidas dos pais para os filhos. Para estas nao há escolha, recebe-se, aceita-se e vive-se com isso da melhor maneira possível.
Todas as outras herancas nao sao imposicoes da vida, aliás, muito pelo contrário, as herancas recebidas sao fruto de escolha. Pode-se escolher o que herdar, depende do que se faz com a heranca.
Uma pessoa que recebe uma fazenda por heranca, que era do pai, que era do avô e que era do bisavô, se nao cuidar e continuar com a fazenda, nao terá esta heranca. Se ele vender a fazenda e montar uma fábrica, toda a heranca de quatro geracoes acaba-se.
As escolhas ficam ainda mais evidentes quando a heranca é imaterial. O avô era escravocrata, o neto escolhe nao ser herdeiro deste pensamento. Isso pode acontecer com grupos de pessoas também. Corporacoes podem escolher o que manter como heranca, empresas com tradicoes de pouco respeito ao meio ambiente podem mudar completamente, ou ao contrário, empresas éticas podem destruir o patrimônio ético rapidamente, desde que desejem nao ser mais herdeiras deste legado.
O quanto a selecao brasileira de hoje é herdeira do futebol de geracoes anteriores, que escolhas fizemos? Que escolhas fizeram por nós?
Será que recusamos a heranca de tolerar ou querer ditaduras? Escolhemos finalmente a responsabilidade da democracia?
Aqui percebo uma recusa muito grande em continuar com a heranca do nacionalismo, por isso o comedimento no uso das bandeiras e dos símbolos nacionais na copa do mundo. Recusaram uma heranca e estao construindo novas para as geracoes futuras.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Educacao para todos
Na aula de alemao tivemos uma explicacao do complicado sistema educacional alemao, eu já havia lido a respeito e conversado com várias pessoas, entao foi mais fácil de entender. Depois tive que fazer uma redacao sobre o sistema educacional brasileiro e explicar para a professora. Ela ficou espantada ao saber que a educacao básica, i.e. Fundamental + Ensino Médio, é para todos os cidadaos. Ela estranhou um esforco de tempo e dinheiro para dar 11 anos de educacao igualitária a todos os cidadaos.
Claro que eu tive dificuldade em explicar que isso era somente em teoria, que na vida real isso nao funciona. Ainda mais falando em alemao.
Eu já considerava que o modelo educacional brasileiro é a forma que encontramos para manter a desigualdade. Aqui minha opiniao ficou mais forte. Dizemos que temos educacao para todos para nao dar educacao à ninguém, quem puder que consiga a sua. Da mesma forma que dizemos nao haver racismo para continuar excluindo os negros.
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Ainda sobre vinganca
Também nao muda o conceito sobre o jornalismo da Globo, que na maioria das vezes nao pode ser chamado de jornalismo.
terça-feira, 22 de junho de 2010
A vingança como objetivo.
Quanto a nossa ofensa é por uma crítica desmedida, injustificada, exagerada, e ainda por cima conseguimos, com trabalho, esforço e determinação, conseguir fazer o trabalho, mostrando a estes críticos que estavam errados, claro que sentimos um sabor de vitória ainda mais gostoso. Neste ponto conseguimos a reparação do dano, os fatos derrotam as críticas e os autores das críticas têm que reconhecer as evidências. Ir além disso é vingança, e tentar causar ao autor da crítica algo que nem deveríamos ter sentido. Pior que isso é transformar a vingança como objetivo maior do trabalho. Como se disséssemos: “Vou conseguir só para provar que os meus críticos estão errados”. Há vários equívocos nesta postura. O primeiro é mudar o objetivo do trabalho, não houvera crítica não se faria o trabalho com tanto afinco? Outro é desconsiderar que as críticas fazem parte do trabalho e que podem alterar rumos e, portanto fazer parte do sucesso. Finalmente, há o equívoco em supor que é realmente possível fazer com o outro se sinta ofendido no mesmo nível que nos ofendemos, basta que o autor da crítica não se sinta ofendido e todo o esforço foi em vão.
A postura do técnico da seleção com a imprensa tem sido somente a de vingança, a vingança o move e só ela, o que é uma pena. Não deveria ser assim, não é essa a nossa tradição, não é nisso que acreditamos, não é isso que queremos passar para as gerações futuras. A tradição do nosso futebol é a brincadeira, a alegria, a descontração. É jogarmos um jogo de Copa do Mundo como uma pelada de fim de semana, revidando a provocação com um drible, devolvendo um carrinho com uma bola nas canetas. Transformando a cara amarrada num sorriso. E mais do que isso, sabermos que terminado o jogo tudo terminou. O mais gostoso de um futebol de fim de semana e a cerveja depois, em que rimos das bobagens que fizemos e nos confraternizamos com alegria.
A postura do Dunga é a mesma do Zagalo quando dizia “Vocês vão ter que me engolir!”, e a nossa resposta a isso foi o deboche. Esta foi a nossa vingança e não deixamos de comemorar as vitórias e de chorar as derrotas e de sermos gratos a ele por toda a alegria que nos trouxe.
Optar pela vingança é optar pela derrota certa, é escolher um objetivo que nunca será atingido. Ganhemos a Copa e todos nós estaremos felizes, a imprensa não se sentirá ofendida por mais que Dunga ofenda os jornalistas, se perdemos a Copa todos perderemos e a distância imposta nos impedirá de chorarmos juntos, de lambermos nossas feridas.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Onibus
O transporte público aqui é excelente. Eu, como estudante, nao pago. Um adulto pode comprar um ticket válido por 30 dias (Monatskarte) por € 36,80. Com duas passagens por dia, contando somente durante a semana dá mais ou menos R$ 2,25 por passagem. Além disso tem ônibus, ou bonde, toda hora.
Eu tomo o 5515 numa estacao a 50 metros de casa, desco na Luisenplatz e pego o K para universidade.
Andar de ônibus me é interessante, ainda mais com tanta civilidade, quem sai tem sempre preferência, o ônibus rebaixa no ponto, nao há degraus para subir (aqui voce toma o ônibus e nao sobe no ônibus), e os horário sao cumpridos.
Eu tenho três atitudes diferentes durante as viagens, ouco música, presto atencao dentro do ônibus ou presto atencao fora do ônibus.
Quando ouco música eu me desligo de tudo. Quando presto atencao dentro do ônibus fico imaginando histórias sobre as pessoas que estao no ônibus Aquele rapaz meio desligado está indo fazer prova de física e nao estudo direito, aparenta calma mas está desesperado. Aquela senhora acabou de resolver um problema com o marido e nem queria mais sair de casa, olha só a cara de felicidade dela.
Quando eu presto atencao fora do ônibus, vou olhando a paisagem e procurando detalhes novos num caminho que é sempre igual, sempre o mesmo.
Ontem estava prestando atencao fora do ônibus, procurando pequenas estátuas ou decoracoes que as pessoas poem nas casa. Tem uma casa com uma estátua de cachorro que é o máximo. O dono poe um lenco vermelho, outro dia tinha um tapa olho de pirata e agora está com um chapéu de bombeiro. Perdido eu meus pensamentos eu nem percebi que uma senhora de bengala estava de pé ao meu lado. Imediatamente eu me levantei para dar lugar a ela, peguei a mochila com a mao e me levantei. Neste instante o ônibus partiu. Eu perdi o equilíbrio, quase larguei a mochila, busquei um lugar onde me segurar, tirei o pé para nao pisar na pessoa do lado.Nao cai, mas foi um vexame.
Alemanha x Servia
Hoje tem jogo da Alemanha. Vi muitas pessoas com colares com as cores da Alemanha e também camisas, principalmente do Podolski.
Na universidade a frequencia é menor de sexta-feira naturalmente, porém hoje vejo menos gente ainda.
Aqui no meu departamento devemos assistir ao jogo no Biergarten da cantina da universidade. Acho que vai ser bem divertido.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Brasil versus Coreia do Norte
Darmstadt nao é lá uma cidade muito bonita, por isso a comparacao com Sao Bernardo ou Diadema. Mas esta comparacao é injusta. Darmstadt tem um centro bonito, com uma praca do mercado que fica de frente para o Castelo e onde tem o Ratskeller, um bar-cervejaria local muito agradável.
Foi neste bar que assistimos ao jogo do Brasil contra a Coreia do Norte ontem. Um telao muito bom e a narracao em alemao. Muitos brasileiros fazendo festa, torcendo, jogando capoeira e bebendo.
Estar entre amigos é sempre divertido, apesar do jogo. Aliás, sobre o jogo o melhor comentário foi de um alemao que estava alegremente vestindo a camisa do Brasil. Ele disse que os jogadores brasileiros sao reconhecidos por serem rápidos, precisos e imprevisíveis, justamente o contrário que a selecao apresentou no jogo.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
TU meet & move
Ontem teve a festa da universidade, o TU Meet and Move, onde TU é a abreviacao para Universidade Técnica.
É um dia inteiro de festa, com várias atividades esportivas, basquete, futebol, volei, tenis, volei de praia e uma maratona de revezamento. Tem também atracoes musicais com shows de rock, de música popular e de música clássica, ontem tocou um quarteto de cordas.
Os clubes da universidade montam barracas com ofertas de comidas e bebidas típicas, e as pessoas se espalham pelos gramados e passam o dia.
A maratona de revezamento que eu participei é feita em um circuito de 2,1 km, onde os participantes podem correr uma ou duas voltas. Mas nao é verdadeiramente de revezamento, todos os participantes largam ao mesmo tempo e os tempos sao somados.
Eu consegui manter o meu ritmo de sempre, 6 minutos por kilometro, ainda nao tenho o resultado oficial, mas devo ter ficado perto dos 24 minutos.
A melhor notícia, no entanto, foi meu joelho, que vinha de uma condromácia patelar, nao doeu nada. Estive ótimo o tempo todo.
domingo, 6 de junho de 2010
Descamisado
Ontem corri com a camisa da selecao brasileira e pensei sobre o que isso representa. Lembro da copa de 70, do "Prá frente Brasil", do "Ame ou deixe-o", das fitinhas verde-amarelas nas antenas do carro. De pequeno, nao via nenhum problema nisso, e hoje nao vejo na atitude nossa, brasileira, algum problema com relacao a isso.
Por isso estranhei o comentário de alguns, poucos é verdade, sobre o quao ruim é isso de colocar bandeiras, ou expressar o nacionalismo de forma tao clara, sobre os riscos envolvidos.
Aqui tem para vender um kit torcedor, com camisa, bandeirinha, vuvuzela e uma bandeira de por no vidro do carro, mas isso só aconteceu depois da copa de 2006, onde a Alemanha unificada se permitiu expressar um sentimento nacionalista. Enquanto a maioria compra e usa este kit sem culpa, alguns ficam preocupados com este movimento.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Médico mais uma vez
Fiquei muito feliz ao perceber que os campos que eu julgava de aspargos somente, sao também campos de trigo. Deu para ver o trigo verdinho, crescendo e já imaginei quando o veria bem amarelo e pronto para colher.
Consegui fazer 5 km em 28 minutos, o que é muito bom para mim. Porém, nos 6 ou 7km meu joelho esquerdo comecou a doer, uma dor diferente e mais forte. Forcei um pouco e a dor aumentou, reduzi e a dor também aumentou. Comecei a andar e a dor estabilizou. Voltei para casa andando.
Durante o fim de semana me resgardei, usei uma joelheira e passei um anti-inflamatório. Foi melhorando. Como segunda-feira foi feriado eu considerei ir no médico na terca. Na terca vi como ir ao médico e decidi ir somente na quarta. Mas na quarta eu já estava bom, nao sentia quase nada e esqueci do médico. Foi quando, no fim do dia, eu fui sair da minha cadeira e apoiei a perna esquerda fazendo um movimento lateral, a perna falseou e a dor voltou.
No dia seguinte de manha estava melhor, mas resolvi ir ao médico.
Tirei uma chapa e o médico disse que estava tudo bom. Fez os teste, inclusive o temido teste da gaveta (quem mandar ser curioso e olhar na internet!).
Foi diagnosticada uma inflamacao no cartilagem por tras da rótula, ops... agora patela. Tomei uma injecao no joelho, uma bandagem com Voltaren por 24 horas e um retorno na próxima sexta.
Hoje nao sinto nada, mas nao repeti o movimento lateral, claro.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Retorno
Fui ao Brasil para a festa das Bodas de Ouro dos meus pais. Foi muito, muito bom.
Voltei com o frio que nao abandonou a primavera.
Na viagem para o Brasil parei na Espanha e já me senti no Brasil. Um cartaz na sala de devolucao de imposto me mostrou como pode ser diferente a cultura latina. Em formato padronizado, com a identidade visual do belíssimo aeroporto de Barajas, um aviso informa que o horário de atendimento ia até as 22h30 e que fora deste horário poderia ser obtido o carimbo de exportacao nos balcoes de atendimento policial. Logo em seguida uma informacao de que os balcoes de atendimento policial estavam em vários locais do aeroporto. Embaixo deste aviso, em papel sulfite impresso em uma impressora comum e colado com durex, um outro aviso informando que o horário de atendimento ia até as 22h00.
Uma coisa assim pode até acontecer na Alemanha, mas é raro. O que se espera é um único aviso e a informacao do local de atendimento alternativo bem claro, indicando como chegar até lá.
Me lembrei da piada sobre o aviso na grama: "Nao pise na grama! Quem nao souber ler, pergunte ao guarda."
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Dia das mocas
Uma iniciativa de trazer mulheres para o mundo da pesquisa. Sao feitas acoes em todos os institutos de pesquisa da cidade. As garotas da cidade sao convidadas a conhecer os institutos de pesquisas e podem escolher aonde ir neste dia.
Aqui no laboratório foi feita uma pequena palestra e depois elas usaram os sistemas de computador para projetar modelos em 3D.
Foi bem bacana.
Para nao deixar em branco: hoje teve Paella na cantina da universidade.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Aschersamstag
O fim de semana aqui foi espetacular. O céu azul, azul, limpo como um dia de outono no Brasil. Claro que havia um vento frio, afinal estamos na Alemanha.
No sábado fomos ao mercado de pulgas e comprei um telefone, durante a tarde jogamos baralho e à noite tivemos uma rodada de pizzas! Foi muito bom.
No domingo fizemos um pic-nic no Rosenhöhe, tiramos muitas fotos que ainda preciso publicar.
Foi também um fim de semana de despedida, já que agora iremos comecar com a rotina de verdade.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Homenagem à turma de EGP
Boa noite.
A formalidade de uma sessao solene obrigaria-me a iniciar saudando os presentes, mas como nem eu mesmo estou presente, vou diretamente saudá-los. Porém, aqui me surgiu uma dúvida: como saudá-los? Prezados alunos? Pois foi na relacao professor-aluno que nos conhecemos. Queridos colegas? Assim somos agora. Colegas de profissao, engenheiros? Nao! Vou comecar de outra forma.
Caríssimos amigos, boa noite!
Tenho uma tremenda dívida com voces. Uma dívida de gratidao, por vocês terem me permitido experimentar deliciosas manhas de sábado. Manhas de sábado com sol que dividimos com muita alegria. Eu sou muito grato por vocês terem participado ativamente de todas as iniciativas extravagantes que experimentamos. Terem aceito, abertamente, as atividades nao ortodoxas de ginástica laboral, provas com listas de animais, e até de caça ao tesouro. Com esta homenagem, que muito me honra e me alegra, a minha dívida, que já era grande, fica ainda maior. E nao tenho a menor ideia de como posso retribuir. Ainda bem que entre amigos nao existem dívidas verdadeiras, elas podem ser pagas com um sincero "Muito obrigado!".
terça-feira, 6 de abril de 2010
A páscoa que tivemos
O sábado de aleluia foi bem intenso para compras e preparacao para o domingo e para a segunda, que aqui também é feriado.
No domingo tivemos a alegria de receber um presente da Raquel com chocolates e um bilhete muito carinhoso.
Na segunda fizemos uma ótima viagem para Heidelberg, fomos de trem e isso já foi um belo passeio. Foi a primeira viagem de trem para a Maria Augusta e uma lembranca para nós.
A cidade de Heidelberg é linda, ficamos quase 4 horas no castelo e vimos tudo o que tínhamos direito. Comemos um lanche no jardim do castelo, justamente na hora que ameacou a chuva, que por sorte nao se concretizou. Depois andamos pelo "Caminho dos Filósofos" e passeamos pela cidade. Chegamos em casa felizes e cansados, e ainda fomos surpreendidos por ganhar um sofá novo da Lucy.
quarta-feira, 31 de março de 2010
A páscoa que nao teremos
Mas muito mais do que isso é a natureza que se alegra, pequenos narcisos brotam nos parques do dia para a noite, primeiro os pequenos e amarelos, depois os vermelhos e lilases, depois maiores, entao uma manta de minúsculas margaridas cobre a grama verde que até poucos dias atrás estava coberta de neve.
As pessoas também mudam, ficam mais alegres, despem-se das roupas pesadas e da carranca por ter ficado tanto tempo em casa.
Eu sempre ouvi que páscoa é renovacao, simbolizada pelo ovo e que o coelho representa a fertilidade. Compreendo isso agora.
Esta páscoa nao teremos de modo completo porque nao vivenciamos o inverno, que este ano foi rigoroso, nao ficamos assim tanto tempo presos em casa e portanto nao teremos esta mudanca brusca do frio para o quente. Como vamos voltar ao Brasil em janeiro tampouco a teremos no ano que vem.
segunda-feira, 29 de março de 2010
Piano, piano se va lontano
Maria gostaria de tocar piano e é claro que nao trouxemos o piano do Brasil para a Alemanha. Entao pedimos à IGM se seria possível conseguir um piano para praticar.
Dom Rodolfo é um senhor de 89 anos que vive numa casa de repouso que mais parece um hotel 5 estrelas. Tem um apartamento bem pequeno com uma micro cozinha,uma sala com sacada e um quarto.
Foi professor de línguas na Venezuela e fala espanhol, ingles e frances fluentemente. Estou violino e toca piano por gosto. Foi prisioneiro de guerra, mas teve apoio dos americanos por falar ingles e tocar música. Desta época pegou o gosto por música americana.
Quanto Maria se apresentou ele comecou a cantar: "Maria, the most beautiful sound I ever heard..."
Depois se sentou ao piano e tocou "As time goes by".
Maria entao tocou "Ouca" e "Romeu e Julieta".
Tomamos um Kaffe Trinken, e ao final brindamos com um prosecco.
Maria deve visitá-lo frequentemente para praticar o piano.
segunda-feira, 22 de março de 2010
Eficiencia Alema
Quando aluguei o apartamento tive que levar alguns móveis que meus amigos já tinham deixado esperando por mim, para esta pequena mudança pedi ajuda a um colega do instituto. Ele foi muito gentil e fez sete viagens para levar os meus móveis. Colocar os móveis no carro, andar por 2,5 km, esvaziar o carro, subir as escadas e voltar a fazer tudo de novo. Numa das viagens, esse meu amigo esqueceu de por o cinto de segurança, por azar a polícia ficou do nosso lado. Imediatamente fez uma sinalização, indicou para pararmos. Foi feita a conferência de documentos e meu amigo foi multado em 30 Euros, ele pagou imediatamente, na hora. O policial sacou uma máquina de cartão de débito e pronto. Claro que haveria espaço para negociação, arguições, recursos e outros que tais, mas como ele sabia que no final teria que pagar e pagar mais, preferiu pagar.
Outro momento foi quando minha filha foi pega no controle de ônibus sem o comprovante de idade. Por ter menos de 14 anos ela tem direito uma passagem especial, como o controle não pode verificar a idade, ela foi levada a um posto policial e foi lavrada uma multa. Tenho 15 dias para fazer o pagamento.
Neste dois casos, percebi que existe justiça. Apesar de ver pessoas muito próximas a mim serem prejudicadas fiquei contente com o fato de haver justiça.
quinta-feira, 18 de março de 2010
Escola
No começo eu falava com todo mundo a respeito do problema, até que o estagiário do setor de assuntos internacionais ligou na hora em que conversávamos com a "diretoria de ensino". Ele me conseguiu um telefone para conversar a respeito, mas somente às terças e quintas de manhã. Liguei no horário combinado e falei com um funcionário de lá. Ele me fez uma porção de perguntas e marcou uma reunião para a outra terça de manhã.
Na reunião eu levei o passaporte e o histórico escolar traduzido, mas ele queria mesmo era falar com ela. Só que ela não tinha chegado ainda. Então marcamos para a outra terça e eu ainda teria que providenciar um atestado médico.
Minha mulher foi muito diligente e conseguiu o atestado médico, então, no dia e hora marcados fomos lá. Ele conversou muito com ela, comigo, viu que as notas dela eram muito boas e no final eles escolheram uma escola que tem uma IK - Intensive Klass. Já para o dia seguinte marcamos o início das aulas.
No dia seguinte fomos bem cedo para a escola e já o diretor já estava nos esperando. Fomos com a professora do IK até a sala de aula. Ela deu tarefas aos alunos e ficou um tempão conosco, conversando sobre a grade possível, o funcionamento da escola e tudo o mais. Ao final da primeira aula fomos embora e minha filha ficou para assistir a primeira aula dela em uma escola alemã.
Depois ficamos sabendo que a classe tem 14 alunos, de 12 a 16 anos, russos, poloneses, turcos, portugueses... todos com o interesse comum de aprender alemão o mais rápido possível, com aulas de alemão, biologia, geografia, inglês, enfim, disciplinas regulares, mas com uma professora que sabe ter alunos que não são falantes da língua.
Até agora a experiência tem sido incrível.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Hospital
Passei a noite vomitando e com muita dor de cabeca.
Na sexta, a Raquel fez uma sopa de batatas, mas eu nao consegui segurar. Depois de alguns telefonemas consegui uma consulta com um medico no Marienhospital. Fui muito bem atendido.
O medico ja estava me esperando e fez uma longa consulta e em ingles. Incrivel como com um vocabulario especifico a comunicacao fica mais dificil.
Ele fez um exame completo com direito a exame de sangue (ele mesmo tirou o sangue) e ultrassom, tambem feito pelo medico. No final o diagnostico de gastroenterite viral e recomendacoes para hidratacao.
Fiquei muito bem impressionado.
Primeiro mes
Primeiro mês na Alemanha
A vinda para a Alemanha não foi surpresa, de jeito nenhum, afinal já estávamos esperando por isso por dois anos, mas quando veio foi de repente. Em duas semanas tivemos que preparar tudo, deixar o Brasil e vir para a Alemanha.
Os primeiros momentos são cheios de atividades de preparação, ajustes, novidades e quase nenhum tempo para a reflexão, o pensar sobre, o deixar acumular a surpresa e consolidar o conhecimento. A dificuldade da língua é o maior obstáculos e muitos outros obstáculos se apresentam a todo momento e a gente vai se acostumando a superá-los.
Neste primeiro mês será dividido em quatro capítulos, para ficar mais fácil de organizar o pensamento.
Primeira semana: Ajustes iniciais
Na primeira semana tive que me apresentar na faculdade e olhar alguns apartamentos. Eu consegui fazer o registro na prefeitura. O que foi bem interessante. A semana passou voando e na quinta fui tomar uma cerveja com o Klaus. Resultado: peguei uma gastroenterite que me levou ao hospital. No fim de semana fui a missa e conversei com o pessoal de la, ja antecipando a chegada da familia. Nesta semana tambem tive que acelerar para os relatorios da Capes.
Segunda semana: Conquista do apartamento
Nesta semana a familia chegou e foi otimo. Eu dormi uma primeira noite sozinho e depois elas chegaram.
Por estarmos juntos eu quase nem vi a semana passar, foi uma loucura.
No sábado fui para o seminário na Áustria. A viagem foi terrível, com muito trânsito, dificuldades para chegar no hotel por conta da estrada estar fechada pela neve. Fomos de ônibus com todas as malas até o ponto mais próximo e de lá a pé. No caminho, em meio a neve que caia, eu esqueci de colocar o gorro e minha orelha quase congelou.
O domingo e a segunda foram para aprender a esquiar, eu consegui me dar bem no aprendizado e até me diverti um pouco. Depois fizemos terça e quarta de reuniões. Fiquei muito contente com a organização e seriedade das apresentações, infelizmente a minha foi cancelada. Na quarta à noite fomos para uma cabana no alto da montanha e tivemos uma típica noite alemã. Com um acordeão, cerveja, pratos típicos e tudo o mais, foi muito divertido. Na quinta voltamos e na sexta já estava trabalhando de novo. Neste período a Maria conseguiu marcar uma consulta com uma médica para o atestado escolar e também teve uma conversa muito boa com a responsável pela administração da missão católica de língua portuguesa em Darmstadt. De pontos de vista, foi uma semana muito produtiva.
sexta-feira, 12 de março de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Futebol
Consegui jogar bem, sem dar vexame e me diverti à beça. :)
O triste ficou por conta da contusão do Joselito. No finzinho do jogo ele se chocou com outro jogador e teve que sair amparado. :(
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Primeiro fim de semana
Neste primeiro sábado a Raquel e o Joselito me convidaram para ir ao culto da igreja que eles estão frequentando em Frankfurt. Era uma igreja independente que se filiou a Igreja Internacional da Graça de Deus, liderada pelo pastor R.R. Soares, cunhado do Edir Macedo da Universal. Não tenho problemas com igrejas evangélicas e normalmente tem um ambiente muito acolhedor. Aceitei o convite e foi bem agradável, com pessoas muito gentis.
No domingo ficamos em casa, em contato com o Brasil pela internet o tempo todo.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
1a. semana - 4o. Capítulo
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Primeira semana - 3o. capítulo
Todo mundo tem que estar registrado na prefeitura e eu fui fazer isso logo na terça-feira de manhã. Peguei um exemplo do registro do Joselito e lá fui eu.
No setor de informações fui muito bem recebido e informado que era somente aguardar uma sala aberta. Fui para o corredor e vi várias salas com os avisos em vermelho de ocupado e outras com avisos de sem uso. Rapidamente uma porta se abriu e saiu um rapaz, o sinal ficou verde e eu entrei. Pedi desculpas por não falar alemão (em inglẽs) e a moça respondeu secamente "Kein Englisch!". Bom, mantive a calma e tentei levar assim mesmo, mas a cada palavra dela que eu não entendia ela falava mais forte e alto, como se isso tornasse mais claro, vai entender. No final consegui fazer o meu registro e deu tudo certo.
Primeira semana - 2o. Capítulo
Recebi um caloroso abraço do Thomas Rollman, que até me deixou um pouco sem jeito.
Demorei um bom tempo para conseguir configurar meu (quer dizer o da Maria) notebook na rede do Instituto. Lá eles exigem firewall e antivirus e eu tive que ajustar tudo isso para começar a usar a net.
Depois da reunião fomos almoçar e eu comecei a fazer os contatos.
Na terça-feira tivemos uma atividade interessante, fomos tomar conta de prova. Como isso só ia ocorrer à tarde eu aproveitei a manhã para fazer o meu registro na prefeitura e abrir conta no banco. Também queria me apresentar para o setor de assuntos internacionais, mas estava fechado pela manhã.
Uma semana na Alemanha
A recepção feita por Mateus, Raquel e Joselito foi fantástica, ter alguém esperando no aeroporto é uma das melhores coisas que pode ocorrer depois de uma longa viagem.
Logo ao chegar havia um almoço/jantar preparado com o cuidado de sempre. Nunca vi uma refeição simples feita pela Raquel, tem sempre um toque especial.
No domingo fomos tomar um brunch no Extrablatt, um lugar bem típico de alemães, com uma comida bem gostosa e nutritiva. Lá ficamos do final da manhã até o meio da tarde. Pude conhecer alguns brasileiros também.
Assim começou a semana. Com um recepção e tanto.