(https://miltonjung.com.br/2023/07/17/o-ritual-do-desfazer-das-malas-e-o-fim-de-uma-etapa-e-o-reinicio-de-outra/)
Chegar de viagem e já desfazer a mala. Assim sou eu. A mala desfeita e organizada faz parte da viagem. Nem todo mundo é assim, a mala pode ficar por dias num canto esquecido do quarto.
Estava desfazendo a mala da última viagem e a cada peça de roupa me vinha a lembrança do momento da viagem em que usei aquela roupa. Achei a lanterna que julgava perdida e veio a alegria de ter encontrado e a frustação de não ter usado quando precisava. Separei as lembranças e me veio a alegria em reencontrar pessoas. Ao final, com as roupas para lavar no cesto, os presentes arrumados e a mala no maleiro do armário finalmente me veio a sensação de 'festa acabada', poder descansar com a missão cumprida e recuperar as energias para recomeçar.
Pensava nisso e a memória, a cada dia mais falha, cantarolou os versos da música de Zé Keti: Apagar as velas, já é tradição....(Depois verifiquei e os versos são: Acender as velas, já é tradição, quando não tem samba, tem desilusão). Como estava pensando no fim, pensei em apagar. Fui traído.
Apagamos velas, desfazemos malas, fechamos ciclos para um novo recomeço. A mala lá está, pronta para um nova viagem. Terminar uma é já iniciar outra!
Obs. Fui buscar a foto para ilustrar o texto e encontrei o ótimo texto do Milton Jung, mesmo tema, mas muito melhor.
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