Anteontem fui assistir "A Recaída" no Ateliê Cênico de Filipe Doutel e Victória Camargo (também a atriz que encena o monólogo e está na foto), com direção de Marcelo Braga.
segunda-feira, 17 de novembro de 2025
Para pensar.....
terça-feira, 11 de novembro de 2025
Vergonha futura
Não foi por falta de conhecimento, não foi por falta de aviso.
Não é por falta de conhecimento, não é por falta de aviso.
sexta-feira, 15 de agosto de 2025
Antonico
Eu já nasci com apelido: Tonico.
Não por causa de Tonico e Tinoco (a dupla caipira de muito sucesso), mas sim por causa de Carlos Gomes. Eu sou campineiro, assim como Antônio Carlos Gomes, que tinha o apelido de Tonico. Grande ironia receber o apelido de um dos maiores músicos do Brasil e não conseguir tocar uma campainha sem desafinar.
Tonico é meu apelido desde o nascimento e quase um nome. Na família, é só assim que me chamam; os sobrinhos demoram a descobrir que eu tenho um nome.
Na infância, o bullying vinha pela canção: “Manhê, o Tonico me bateu...”. Isso me chateava um pouco, mas não me fez sofrer por muito tempo.
Mais bonita, e sem provocações, era: “O Antonico vou lhe pedir um favor...”, de Ismael Silva. Com meu nome e meu apelido, é claro que essa canção sempre aparecia na minha vida.
Mais recentemente, um grande amigo fazia questão de sempre me receber cantando essa canção. Era uma alegria. Não a música, mas o amigo. Uma alegria contagiante, daquelas que deixam marcas, que viram lembranças.
Hoje, esse meu amigo se foi. Nunca mais vou ouvi-lo cantarolar Antonico, mas, toda vez que essa canção tocar no rádio ou na minha lembrança, vou recordar a alegria dele.
segunda-feira, 19 de maio de 2025
Bragantino x Guarani - O jogo da generosidade
No dia 4 de dezembro de 1966, em Bragança Paulista, no estádio Marcelo Stefáni, deu-se o match entre o time da casa e o Guarani de Campinas. Eu tinha 7 meses incompletos. Em casa morávamos, meus pais e minhas duas irmãs mais velhas, de quatro e dois anos de idade.
Também estava em casa o primo da minha mãe que tinha vindo de São Carlos para um temporada em Campinas para fazer um curso preparatório para o vestibular de medicina. Neste cenário: uma casa com três filhos, sendo um de meses; meus pais acolheram um primo para estudar.
No final de semana do dia 4 de Dezembro, um amigo do meu pai o ‘convidou’ para ir até Bragança Paulista para assistir o jogo entre o Guarani e o Bragantino. O ‘convidou’ está entre aspas porque o amigo precisava também do fusca do meu pai para ir até Bragança Paulista. Meu pai é Ponte Preta, mas o amigo era Bugrino e eles gostavam mais de futebol do que qualquer outra coisa. Convidaram o visitante que aceitou prontamente o programa de domingo. Meu pai disse que durante o jogo conversou com o presidente do Bragantino que era amigo do meu avô, mas não há outras fontes para confirmar.
Mais do que o jogo ou o programa de domingo, este fato revela a generosidade familiar em acolher um primo para uma temporada de estudos, isso aconteceu várias e várias vezes na minha casa.
E como diz o locutor de futebol: “o tempo passa” e o tempo passou.
Trinta anos depois, eu já tinha me mudado para a minha sexta cidade - Botucatu, meu primo estava muito bem estabelecido como médico pediatra em Cuiabá.
Minha filha precisou fazer uma cirurgia de rim antes de completar um ano. Eu recorri então a este primo para orientação e paz. Como ele tinha se formado justamente em Botucatu, calhou do médico da minha filha ser um colega de turma dele. Meu primo deu toda a orientação e apaziguamento que precisávamos. Foi de uma generosidade ímpar. Generosidade que sempre foi a característica dele. Quando nos recebia em São Carlos e examinava todas as crianças com o estetoscópio e fazia brincadeiras especiais com cada um. Generosidade ao dar uma piscina de plástico que fez a alegria de todas as crianças que iam passar as férias na casa dos avós.
Esta história não é para falar levianamente de alguma lei do retorno ou de qualquer tipo de compensação. Nenhuma das generosidades aqui citadas foi feita com intenção de reciprocidade, todas foram genuinamente desinteressadas. Só não posso deixar de acreditar que colocar generosidade no mundo faz o mundo um pouquinho melhor e com isso somos mais afeitos a generosidade.
BRAGANTINO 2 x GUARANI 1
Local: Estádio "Marcelo Stefani", em Bragança Paulista.
Bragantino: Ado; Luisinho, Ivan e Roberto; Hamilton e Valter; Anacleto, Dema, Aloisio, Helio Burini e Wilsinho. Técnico: Armando Ristow de Camargo - Major
Guarani: Dimas; Deleu, Paulo e Diogo; Odair e Tarciso; Carlinhos, Nelsinho, Osvaldo, Americo e Vagner. Técnico: Dorival Geraldo dos Santos
Gols: Aloisio (19-1), Osvaldo (40-1) e Anacleto (29-2).
Árbitro: José Batista dos Santos.
Renda: Cr$ 2.073.000 (1.560 pagantes)
Fonte: https://brfut.blogspot.com/2010/06/campeonato-paulista-1966-ii-turno.html
domingo, 11 de maio de 2025
59 != 60
Quando criança meu medo era estar velho no ano 2000 quando teríamos carros voadores nas ruas. A conta era simples, eu teria 33 anos na virada do século (sim, eu contava a virada do século no ano 2000). Cristo morreu com 33 e eu podia estar muito velho para aproveitar os carros-voadores.
Por ter nascido em 1966 a minha infância foi da era espacial, os temas eram sempre ligados a foguetes, planetas, órbitas e, é claro, a ameaça de uma guerra nuclear. Na escola tínhamos palestras sobre como sobreviver a um ataque nuclear e como era a alimentação dos astronautas.
É natural que no meu aniversário de 5 anos o bolo tenha sido um foguete.
domingo, 9 de fevereiro de 2025
Pequenos gestos de grandes carinhos
Não vivemos só de aplausos!
Eu gosto e preciso muito de alguns carinhos, de elogios, de saber-me bem quisto e que as pessoas ao meu redor me consideram.
Isso normalmente acontece nos momentos especiais, como aniversários ou grandes conquistas: novo emprego, passar num concurso, formaturas...
Isso também acontece nos momentos difíceis quando os ombros amigos aparecem sem que precisemos pedir, até mesmo uma pergunta:
- Tudo bem?
De quem tem o olhar atento e me vê cabisbaixo já é um grande gesto de carinho.
Hoje quero contar de gestos de carinhos mínimos, mas que fazem efeitos gigantescos. Eu recebi três recentemente.
Um casal de amigos ia receber outro casal para um jantar na sexta-feira e nos chamou para compartilhar o jantar e a conversa. Eles não tinham a obrigação, poderiam escolher qualquer casal entre vários e nos escolheram, não foi só um convite para um jantar, foi um gesto que também quer dizer: venham, vocês são sempre acolhidos, venham, gostamos da sua companhia, da sua conversa, os queremos perto. À parte o strogonoff de couve-flor estivesse fantástico, o convite nos fez muito bem.
Uma amiga foi apoiar uma filha que necessitava de um colo urgente, ela se desdobrou em uma longa e difícil viagem para estar perto da filha, fez a acolhida, lambeu as feridas e carregou no colo a cria, literalmente. A filha então resolve fazer uma declaração de gratidão, daquelas que nos enchem de emoção. A amiga não coube em si e compartilhou conosco o evento. Esse compartilhar nos trouxe muito perto daquele momento sublime. Muito mais do que compartilhar a mensagem também foi um recado dizendo o quanto somos importantes e o quanto confiam em nós, ouso até dizer com um pouco de audácia e sem nenhuma modéstia que talvez até tenhamos uma pequena participação naquele momento. À parte a delicadeza do gesto, o compartilhar nos fez muito bem.
Uma outra amiga ficou sabendo que um chalé no condomínio onde mora está para vender e nos manda uma mensagem sugerindo que compremos o imóvel. Não é uma grande oferta, nem uma super oportunidade, mas foi uma lembrança que também diz, venham, aproveitem conosco momentos felizes, vocês são queridos aqui, confiamos em vocês para estarmos juntos. À parte a beleza do lugar e nos achar capazes de fazer o investimento, a sugestão nos fez muito bem.
Sou muito feliz por ter amigos assim, que fazem sem perceber gestos tão carinhosos.