O menino inquieto leu na Enciclopédia Abril, na verdade, num anexo de dois volumes que apresentava as 100 maiores descobertas da humanidade, a fórmula da pólvora: 5 partes de salitre, 3 de enxofre e 1 de carvão. Não foi muito difícil de conseguir carvão e enxofre. O salitre eu consegui numa casa de produtos agropecuários nas férias do interior.
E lá fui eu fazendo pólvora em casa, moendo e pesando cada um dos componentes. Nunca funcionou muito bem.
Nunca consegui fazer uma bomba, o máximo foi um rastilho. Fazer um caminho com a pólvora e fazer explodir um traque de festa junina. Acho que minha carreira de químico acabou com essa frustração.
Uma coisa que me alegra especialmente era fazer um rastilho que desembocasse numa caixa de fósforo. Eu punha fogo numa ponta e observava o caminho até chegar nos fósforos e fazer uma queimação divertida.
Lembro-me disso hoje por causa do meu aniversário. Um amigo manda um parabéns, outro também e outro e outro e assim foi passando o dia, numa explosão de alegria. O rastilho veio de vários caminhos, dos lugares que trabalhei, onde morei, dos amigos que fiz pela vida.
A cada um deles deixo o meu obrigado por manter acesa a alegria da vida.
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