domingo, 22 de janeiro de 2017

Vidros, Amores, Líquidos


A figura acima é Falco/Pixabay e mostra uma janela de uma catedral. Coloquei para lembrar de uma questão antiga: O vidro é sólido ou líquido? Dizem que vidros de catedrais antigas apresentam uma espessura maior na base por terem escorrido. Ou seja, se tivéssemos uma câmera que fotografasse o vidro bem lentamente e apresentasse tudo de um só vez, fazendo com que 300 anos passassem em em 30 segundos, veríamos o vidro escorrendo como água.
Essa questão pode ser resolvida com uma busca simples no Google.
Meu ponto é que com uma supervelocidade veríamos as coisas de modo diferente, veríamos o que é sólido como se fosse líquido.
O que remete a um outro ponto.
Não faz muito tempo ganhei de uma pessoa, na certa um pouco brava comigo, o livro "Amor Líquido" de Bauman no qual é apresentada a ideia de que as relações se misturam e se condensam com laços momentâneos, frágeis e volúveis. Num mundo cada vez mais dinâmico, fluído e veloz. Seja real ou virtual.
Talvez as coisas estejam ligadas. Talvez as relações humanas não estejam se tornando líquidas, mas sim estamos vivendo em altíssima velocidade. Perdendo o prazer da caminhada, transformando o que é sólido em líquido.

2 comentários:

  1. Esta questão é muito interessante. Comporta uma análise mais demorada. Vou pensar e pesquisar a respeito para poder emitir uma opinião mais fundamentada.

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  2. Qualquer líquido precisa de tempo pra ser sólido. Sem tempo, até a mais pura verdade escorre pelos dedos. Por sinal: Bauman faleceu este ano. Ele é incrível.

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