Hoje acordei com uma música na
cabeça “Comida e Bebida” de José Miguel Wisnik e José Celso Martinez.
Especialmente um verso: “O bem que se tem e que se detém”.
Pensava no bem que se faz e por
oposição no mal que se faz também. E tanto o bem que se faz e o mal que se faz
podem se deter ou não em quem os recebe ou em quem os provoca. No fim das
contas é guardar o bem que se tem e nos livrarmos do mal que foi feito.
Nesse fim de ano, nos momentos de
reflexão e considerações sobre o bem que pudemos fazer, sobre o bem que
recebemos, eu me lembrei das várias vezes que recebi um bem. Num olhar, numa
conversa, numa admoestação, numa corrigida de rumo ou num incentivo. Esse bem
está guardado. Obrigado.
Comida e Bebida
José Miguel Wisnik / José Celso Martinez
Só duas coisas têm valor na vida:
comida e bebida
comida e bebida
comida é terra
deusa terra
dê-me terra
tua velha conhecida
que você chama
pelo nome que te apraz
pois com comida sólida
ela dá de mamar
ela dá de mamar
ela dá de mamar
aos mortais
agora soma para multiplicar
bebida
que o filho de Sêmele trouxe
divino
do fruto molhado da vinha
embebedando os mortais
e liquidando os seus ais
trazendo o sonho o apagamento
dos endividamentos de cada dia
um deus que aos deuses se dá
um deus que se põe ao dispor
não há melhor drogaria pra dor
a ele que se deve o que se dá e
se recebe
o bem que se tem e que se detém
um messias que se bebe
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