Folhas de caderno único para redações. Era assim que fazíamos quando estava no segundo ano, lá pelos idos de 1976. Fazíamos a redação como lição de casa e entregávamos a folha para a professora que devolvia com as correções. Chamamos isso de fichário hoje em dia, só que eram da metade do tamanho.
Não era das tarefas mais agradáveis, mas também não era tão ruim assim. Dava para imaginar coisas bem divertidas.
Lembro-me especialmente de uma redação que fiz sobre cinco amigos que entraram floresta adentro. Em um dado momento um deles resolve ir sozinho e se perde do grupo. Escrevi assim:
Havia um indo...
Só que a professora se confundiu com minha letra, ou estava com muita pressa, não sei, e corrigiu a palavra indo para índio. Enfim, entrou um índio na história e ficou estabelecida a confusão.
Confusões como essa aconteceram inúmeras vezes, muitas quando de correções do mestrado e do doutorado. Lembro de mudar algo de A para B e na outra revisão receber a sugestão de mudar de B para A. Mudanças no título de trabalho, então, nem se fala.
Não ficava irritado com isso, lembrava da história do índio.
Hoje, sou eu que faço as sugestões nos trabalhos dos meus alunos. A população de índios segue aumentando.
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