quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Para começar....

Não haverá nunca uma porta.

Estás dentro.

E o alcácer abarca o universo.

E não tem nem anverso nem reverso

Nem externo muro nem secreto centro.

Não esperes que o rigor de seu caminho

Que teimosamente se bifurca em outro,

Que obstinadamente se bifurca em outro,

Tenha fim.

É de ferro teu destino

Como teu juiz.

Não aguardes a investida do tauro

que é um humano e cuja estranha forma plural

dá horror à maranha de interminável pedra entretecida.

Não existe.

Nada esperes.

Nem no negro crepúsculo, a fera.

(Labirinto, poema de JLB, no livro - Elogio da sombra - Tradução: Carlos Nejar e Alfredo Jacques)

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