terça-feira, 16 de outubro de 2018

A felicidade é inútil

Claro que a felicidade tem utilidade. Não há dúvida nenhuma.
Eu ouvi essa frase numa palestra do Clóvis de Barros. A ideia é que a felicidade está naquelas coisas que não uma utilidade prática. Somos felizes quando vamos de Guararema para Luiz Carlos só pelo prazer da caminhada. O mesmo trajeto para ir trabalhar não traz a mesma felicidade. Fazer o pão pelo prazer do pão feito é felicidade, fazer o pão para garantir o pão já não traz tanta felicidade assim.
Por óbvio, as generalizações nunca são perfeitas. Pode se ser feliz ao caminhar para o trabalho, ou ao fazer o pão de cada dia.
Com essa ressalva é possível entender a felicidade serena e tranquila de quem faz alguma coisa só pelo prazer de fazer, sem utilidade alguma.
Nesse feriado pude compartilhar de momentos felizes ao lado de pessoas cuja única preocupação era deixar os outros felizes e se fazer feliz. Sem obrigações, sem imposições, tudo tranquilo e sereno. Some-se a isso um lugar lindo, na montanha, natureza....
Boa companhia, belo lugar, boa comida.
Dias felizes. Inúteis. E completamente felizes.


terça-feira, 2 de outubro de 2018

Minha posição

Eu evito temas polêmicos nas redes sociais, não acho que seja o lugar mais adequado para expor controvérsias e entrar em discussões. Eu só tive dois pequenos atritos até hoje, nada de muito grave ou ofensivo e sem estardalhaço.
Nunca me posicionei politicamente nas redes e mesmo pessoalmente sou muito mais da contemporização do que do debate.
Agora quebro essa regra. Primeiro porque vejo muita gente que admiro e respeito se posicionando e até fazendo campanha. Em segundo lugar porque acho que o momento exige.
Eu vivi uma pequena parte da vida sob uma ditadura. Saí às ruas pelo direito de escolher presidente e acredito que ditaduras não funcionam. Pode escolher: qualquer uma da América Latina, as do Leste Europeu, as comunistas, qualquer uma. Não funciona. A democracia é um valor maior na política para mim.
Isso serviu de uma regra de ouro quando escolho meu voto. Quem participou da ditadura não tem meu voto. Foi da Arena, sinto muito, não voto. Se arrependeu, pediu desculpas, mudou de partido, não importa. Não voto e pronto.
Como a ditadura já acabou faz tempo essa regra não me ajuda muito. Então decidi estender a regra, quem apoia a ditadura não tem meu voto. Pronto. Simples assim.
Isso não resolve em quem vou votar, reduz a escolha e elimina os que não defendem a democracia, que é o meu valor maior.
Dito isso, e não só por isso, mas pelo conjunto da obra, a minha posição é: #elenão.

Substantivação

Substantivação, também pode ser nominalização, que é a transformação em substantivo. Eu não me lembro de ter aprendido isso na escola. Não me vem nenhuma lembrança de qualquer das minhas professoras, de primário ou de português ensinando isso. Muito menos na escola técnica. Mesmo assim eu me lembrei disso e fui buscar na Internet para entender. Ai sim que aprendi o que é a tal substantivação.
Mas essa curiosidade não me veio do nada. Eu estava pensando na palavra ‘cuidar’ que é um verbo, mas pode ter a função de substantivo: O que restou foi um cuidar carinhoso.
Juntou-se a isso a lembrança da expressão que só ouvi em português de Portugal: “escrever com pinças”, que significa escrever com extremo cuidado, com delicadeza. Em oposição a escrever com os pés, que é como eles dizem.
Escrever com pinças exige um profundo conhecimento da língua e um respeito para com quem lê. Escrever com pinças é cuidar.
Enfim, o cuidar chegou para mim depois do respeito. A propaganda diz que tudo começa pelo respeito. O respeito é o mínimo para qualquer relacionamento. Não dá para ficar do lado de quem não me respeita. Isso vale para tudo, para relacionamentos profissionais, amistosos, amorosos, casamentos. Aliás, essa talvez seja a causa extrema do fim de casamentos, quando se perde o respeito já se perdeu tudo.
Se o respeito é a primeira cola do relacionamento, o cuidar é a segunda. É um estar junto para com o outro, um estar junto altruísta, além de respeitar querer o bem e agir para que o outro se sinta cuidado, amparado, seguro. Com respeito e cuidado outras colas virão.