“A gente é feito prá acabar..” como está na belíssima música
do Marcelo Jeneci. Mesmo assim, mesmo sabendo que essa é a única verdade
absoluta e mesmo que a pessoa que vai já cumpriu seu tempo e a passagem é mais
um descanso que uma perda, mesmo assim sentimos a dor da perda.
Eu tenho a benção de pertencer a uma família numerosa e
longeva. Isso faz com que tenha primos segundos da mesma idade, tias e tios
avós que são como tios e tias. Por ser dos mais velhos eu tenho a lembrança de
duas bisavós. E não é aquela coisa de estar vivo ao mesmo tempo, mas sim de
lembrar da minha bisavó passando a mão na minha cabeça.
Por essas razões de idade eu tenho muitas lembranças
agradáveis dos meus avós, de brincadeiras de crianças, de ficar no colo, de
ouvir histórias, lembranças mágicas!
Essa alegria de conviver com meus avós foi muito boa e,
mesmo sendo dos mais velhos, fica um gostinho de quero mais. Nesse ponto entra
outra maravilha de estar numa família numerosa e longeva. As brincadeiras e
histórias dos meus avós se repetiam nas minhas tias e tios avôs. Era como se
meu avô ainda permanecesse um pouquinho mais conosco pelas mãos de seus irmãos.
Ver meu tio-avô brincando com seu neto as mesmas
brincadeiras que meu avô fazia comigo me enchia de alegria e reforçava ainda
mais o laço de união da família. Ouvir da minha tia-avó as histórias do meu avô
era trazê-lo de volta a mim, com muito carinho.
Nessa semana nos despedimos da irmã caçula do meu avô. Ela
continuava a trazer a lembrança do meu avô e de seus irmãos para mim, e
acredito que para muitos dos meus familiares. Conversar com ela era ainda ter
um pouco do meu avô por perto. Isso sem falar na alegria dos momentos que
passamos juntos, das férias em São Paulo, da primeira viagem de Metrô, das
histórias de família, de ouvir as músicas.
Agora que ela não está mais aqui entre nós, vou tentar
retribuir e mostrar que aprendi a lição. Contar para meus sobrinhos as
histórias que ouvi, fazer as brincadeiras que aprendi e manter a tradição da
família: laços bem fortes e unidos.
*Emprestado da música da Clarice Falcão.
Obrigada por expressar o meu sentimento.
ResponderExcluirHá poucas semanas, conversando com minha mãe e irmãs sobre meu pai, comentamos exatamente isso. Meu pai, trazia com ele um pouco dos meus avós e bisavós. Um presente valioso que recebemos com o coração e entregamos para as próximas gerações. Meus sobrinhos, recebendo e repetindo histórias, me fazem entender um pouco do que chamam de eternidade.
ResponderExcluir