sábado, 31 de julho de 2010
Defesa de Doutorado
Semana passada fomos assistir a defesa de doutorado de um colega alemão que esteve no Brasil para um estágio. Um cara muito legal, no Brasil entrou no clima sem receio, se colocava à vontade em todas as situações e portanto também nos deixava à vontade. Tomou caldo de cana, comeu carne até não poder mais, experimentou palmito, comeu feijoada e adorou creme de abacate.
Vê-lo na defesa foi um prazer uma honra, além de poder prestar uma homenagem.
A defesa aqui não é muito diferente de uma defesa no Brasil. O doutorando expõe sua tese por 30 minutos e é submetido a uma sabatina da banca, começando pelo orientador.
Até aí tudo igual, com a óbvia diferença que começa em ponto e que os familiares do doutorando não assistem. Somente os colegas de instituto.
Nas perguntas do orientador uma grande diferença, as perguntas começam de conceitos básico, relacionados com a tese, mas no nível de graduação. No caso do meu amigo foi uma prova oral de banco de dados e modelagem orientada a objetos.
Depois as perguntas dos demais membros da banca. Terminadas as perguntas, todos são convidados a se retirar e a banca decide sobre a nota e aprovação. Chama o doutorando e comunica a nota. Que não é divulgada, é uma informação que diz respeito somente ao doutor e é até falta de educação perguntar a nota.
No final não é muito diferente das do Brasil, isto é, das de exatas, porque não dá para comparar em nada com a que assisti de um grande amigo na Faculdade Educação da Unicamp.
Depois de feito doutor, os colegas colocam o chapéu de doutor que é feito sob medida e enfeitado com coisas significativas do doutor. Para o meu amigo fizeram um banco de dados (dados de jogar), um pedaço de teclado com cola quente derretida (simbolizando a mania de limpeza), um tapete persa e uma placa de Heidelberg, por conta de um projeto com este nome que ele tocou durante o tempo no instituto. Com chapéu ele entra num carrinho que tenta ter a forma de um monitor gigante e nós o puxamos em volta do prédio da universidade.
Um lanche com sekt é servido ao presentes.
E é isso.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Água dura em pedra mole
Nao, nao é brincadeira nao. A agua pode ser dura, basta ver na wikipedia.
Por conta disso as panelas, a cafeteira, o ebulidor, enfim, tudo que tem água aquecida fica rapidamente esbranquicado. Dá para ver o "calc" ou calcita.
Tecnicamente nao há problema para o consumo humano da água dura, ou seja, podemos tomar água diretamente da torneira. A maioria das pessoas aqui compra água mineral para consumo e cozinhar, outra solucao possivel é um descalcificador de água.
Foi esta a solucao que utilizamos, colocamos a agua na jarra e temos que trocar o filtro, mais ou menos, uma vez por mes.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Lago - Liberdade
Quando tinha minha Caloi 10, o maior sentimento era de liberdade, podia ir para qualquer lugar, passear a noite, ir ao clube de dia. A mobilidade vinha com a liberdade e a bicicleta era minha, nao tinha que repartir com ninguem.
Aqui tambem esta sendo assim, o sistema de transporte publico funciona muito bem, mas a bicicleta te livra dos horarios, eh possivel ir para qualquer lugar a qualquer hora, mesmo porque aqui eh tudo plano e perto.
Neste fim de semana pudermos experimentar com muita alegria esta liberdade.
Recebemos a visita de um colega que esta trabalhando na Italia e fomos ver todos os pontos turisticos de Darmstadt no fim de semana.
No domingo fomos ao Grube Prinz von Hessen, que eh um lago no meio da floresta. Fica a 10km de casa, de onibus teriamos que tomar um ate o centro e outro ate o lago. De bicicleta fomos passeando e nos divertindo.
Chegando la, vimos algumas pessoas tomando sol numa especie de praia, a maioria familias com criancas. Alguns estavam na agua, que para minha surpresa nao estava tao gelada assim. Um pouco mais alem, outra praia, e outras vez mais pessoas tomando sol, so que desta vez peladas. Todos velhinhos, eh muito estranho, fiquei constrangido.
Demos a volta no lago e paramos de novo na primeira praiinha. Fiquei de bermuda e nadei no lago. A agua estava uma delicia.
Depois foi voltar para casa, de novo aproveitando a viagem de bicicleta.
domingo, 25 de julho de 2010
Bicicleta
Hallo,
Sind Sie der Besitzer des "Diskus" roten Fahrrad in den Keller?
Sie wollen ein Geschäft machen?
Bitte schreiben Sie mir zurück oder schauen Sie für mich bei 2. Stock
Sie Nachbarn
O prédio onde moro tem, além de um porão, um bicicletário. Um lugar onde ficam guardadas as bicicletas dos moradores. Lá reparei numa bicicleta vermelha com o pneu murcho que ninguém mexia. Decidi então enviar o bilhete transcrito acima para todos os moradores, deixando na caixa de correio.
No dia seguinte já comecei a receber as respostas. O chinês que mora do lado respondeu no verso do bilhete dizendo não ser o dono. O vizinho de baixo veio pessoalmente e avisou que não era o dono.
Eu já estava impressionado com a pronta resposta quando um vizinho bate à porta e diz ser o dono, que topa vender a bicicleta. Ele comenta que pagou 80 euros, mas aceita 50 por ela. Eu achei caro. A da minha filha eu comprei por 15, e vi várias no mercado de pulgas por 20. A bicicleta estava em bom estado, mas com o pneu murcho.
Começamos então a conversar e ele conta que é da Bósnia, que trabalha no aeroporto e faz engenharia. Contamos nossas vidas, as dificuldades de estrangeiros na Alemanha, ele diz que pensou que fossemos turcos, como aliás pensam todos os alemães de quem tem o cabelo escuro.
Na despedida, talvez animado pela conversa, ele falou:
- Me dá vinte que a bicicleta é sua.
Eu imediatamente paguei e fiquei dono desta bike.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
A vitória da Espanha
Testes de QI sao muito bons para mostrar a capacidade da pessoa em resolver testes de QI. Brincadeiras a parte, fazer as ligacoes entre diferentes acoes nem sempre eh muito facil, fazemos as ligacoes pensando nas nossas proprias crencas.
Ouvi de um medico que analisar eletroencefalogramas eh construir pontes entre duas ignorancias, nao se sabe muito sobre o cerebro e nao se sabe muito sobre o encefalograma.
Comeco assim por conta das varias analises depois do final da Copa do Mundo (serei obrigado a escrever Copa do Mundo Fifa?).
Sardenberg, no Globo, mostrou que a vitoria da Espanha foi a vitoria do livre mercado. Paulo Vinicius Coelho, na ESPN, disse que esta vitoria fez bem ao futebol e mostra que o trabalho serio traz resultados. Gustavo Chacra, no Estado, por sua vez, desmonta a ideia da vitoria da Espanha ligada ao modelo economico e a democracia, e em outro post, mostra que os catalaes prefeririam a separacao ao titulo mundial.
Um olhar mais atento mostra que uma vitoria no futebol mostra somente que houve uma vitoria no futebol, nao eh possivel creditar ao livre mercado, ao trabalho da Espanha, outras selecoes com estas caracteristicas nao venceram e times sem trabalho ou livre mercado ja venceram. Assim como nao da para desacreditar no multiculturalismo porque a Alemanha nao venceu.
A vitoria da Espanha na Copa do Mundo serve somente para saber que a Espanha ganhou a Copa do Mundo.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Frankfurt 40 graus
No sabado fomos a Frankfurt, que os portugueses chamam de Francoforte ao Meno. Foi o dia mais quente do ano na Alemanha. Os termometros marcavam 43 graus. Como aqui tudo é preparado para o frio, quando o calor chega fica um tanto desconfortável.
Passeamos ao lado do rio Main, caminhamos pelos centro de compras, entramos no shopping. Frankfurt é mesmo uma cidade interessante, assim como Darmstadt me lembra Sao Bernardo, Frankfurt me lembra Sao Paulo.
Na volta estávamos muito cansados, pelo que andamos e pelo calor. Foi um bom jeito de passar o sábado e voltamos a tempo de ver a disputa pelo terceiro lugar.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Heinerfest
O verão europeu dura pouco, então se aproveita muito!
E uma festa atrás da outra. Aqui em Darmstadt tem um personagem da cidade, que é o trabalhador por tarefa de antigamente, o cidadão típico de Darmstadt é um chapa, veja a foto:
Semana passada teve a festa do Heiner, a Heinerfest. Um monte de atrações no centro da cidade. Muita gente circulando, comidas, bebidas e até cartomante.
Não tem uma montanha russa boa, tem um arremedo de montanha russa que não vale a pena. Mas tem este brinquedo aqui.
Obs. Pode causar enjoo.
E uma festa atrás da outra. Aqui em Darmstadt tem um personagem da cidade, que é o trabalhador por tarefa de antigamente, o cidadão típico de Darmstadt é um chapa, veja a foto:
Semana passada teve a festa do Heiner, a Heinerfest. Um monte de atrações no centro da cidade. Muita gente circulando, comidas, bebidas e até cartomante.
Não tem uma montanha russa boa, tem um arremedo de montanha russa que não vale a pena. Mas tem este brinquedo aqui.
Obs. Pode causar enjoo.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
O caminho
Uma das boas coisas que estou fazendo aqui é continuar a correr os 10km, claro que o problema no joelho atrapalhou um pouco, mas esta semana eu já retomei as corridas.Veja no video como é o caminho:
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Linha do óleo de oliva
Estar na Alemanha, ou na Europa é estar num mundo organizado. O que me encanta.
Tudo está no seu lugar, tudo bem dividido, como deve ser. Os ônibus andam no horário, os bondes estao nos trilhos, as bicicletas circulam pelas ciclovias, enfim tudo muito organizado.
Os europeus tem esta mania. Além das divisoes entre países eles também fazem divisoes entre várias outras coisas, como estabelecer claramente as religioes, as plantacoes, as florestas.
Na culinária existe a famosa fronteira do óleo de oliva e da manteiga, ao norte desta fronteira a alimentacao é feita à base de porco, manteiga e cerveja; ao sul se come carneiro, a base da gordura é o óleo de oliva e a bebida o vinho.
No Brasil é tudo misturado, comemos pizza com azeite e tomamos cerveja. Chamamos de vinho qualquer bebida que seja mais chique, nao respeitamos nenhuma fronteira, mas eu sei porque.
Assim como os Bandeirantes avancaram para o oeste ignorando o tratado de Tordesilhas e passando por cima de qualquer fronteira, também alguns bárbaros da família do Russoz, já misturados entre russos e armênios, atropelaram estas fronteiras, colocando quandidades infinitas de azeite em pizzas de Aliche e tomando cerveja, misturando pimenta com qualquer coisa, esvaziando um Porto pela madrugada em conversas filosóficas.
Por ignorar estas fronteiras podemos aproveitar mais prazeres e nos deliciar com os mais diferentes sabores.
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