Eu já nasci com apelido: Tonico.
Não por causa de Tonico e Tinoco (a dupla caipira de muito sucesso), mas sim por causa de Carlos Gomes. Eu sou campineiro, assim como Antônio Carlos Gomes, que tinha o apelido de Tonico. Grande ironia receber o apelido de um dos maiores músicos do Brasil e não conseguir tocar uma campainha sem desafinar.
Tonico é meu apelido desde o nascimento e quase um nome. Na família, é só assim que me chamam; os sobrinhos demoram a descobrir que eu tenho um nome.
Na infância, o bullying vinha pela canção: “Manhê, o Tonico me bateu...”. Isso me chateava um pouco, mas não me fez sofrer por muito tempo.
Mais bonita, e sem provocações, era: “O Antonico vou lhe pedir um favor...”, de Ismael Silva. Com meu nome e meu apelido, é claro que essa canção sempre aparecia na minha vida.
Mais recentemente, um grande amigo fazia questão de sempre me receber cantando essa canção. Era uma alegria. Não a música, mas o amigo. Uma alegria contagiante, daquelas que deixam marcas, que viram lembranças.
Hoje, esse meu amigo se foi. Nunca mais vou ouvi-lo cantarolar Antonico, mas, toda vez que essa canção tocar no rádio ou na minha lembrança, vou recordar a alegria dele.