A casa em que morei na cidade de Lins foi demolida.
Uma foto do Google Maps mostra como era em 2011, a estrutura é a mesma e a garagem também. Não me recordo de ser tão aberta na frente, a cor também não era essa.
A casa em que morei na cidade de Lins foi demolida.
Uma foto do Google Maps mostra como era em 2011, a estrutura é a mesma e a garagem também. Não me recordo de ser tão aberta na frente, a cor também não era essa.
As coisas estão sempre recomeçando, a cada ano, a cada mês, a cada dia, a cada instante.
Eu recomecei várias vezes, a cada início de ano letivo, a cada cidade, a cada emprego...
Mas se fosse para destacar um começo eu destacaria o começo com engenheiro na Sabesp em Botucatu. Começando como engenheiro, como casado, como cidade, como pai.
Esse meu começo também foi o começo de muita gente, a Sabesp de Botucatu tinha acabado de se transformar em superintendência regional e contratou muita gente nova. A equipe de manutenção recebeu quatro engenheiros e dois tecnólogos, eu entre eles.
Assim começou minha vida profissional, num time incrível com uma enorme folha em branco para escrever uma história.
No primeiro Natal e Ano Novo eu fui escalado para o plantão, assim como o Aclísio e combinamos de fazer a festa juntos, foi a primeira vez que comi lichia. Eu ainda nem era casado e ele tinha um filhinho recém nascido. Fizemos uma ceia simples e gostosa na república em que morava.
No ano seguinte eu já estava casado e tinha mudado para uma casa, a república por provisória já tinha acabado. Aclísio foi morar no mesmo quarteirão.
A vida andou e eu com ela, Aclísio continuou em Botucatu, teve mais um filho, construiu uma casa. Não nos vimos mais, eu o encontrei brevemente numa visita à Botucatu em 2012.
Hoje recebo a notícia que Aclísio se foi, fiquei muito triste e todas as lembranças me vieram como enxurrada.
O dia começa com sol e é um novo recomeço. Para Aclísio gosto de acreditar que há um novo recomço em um novo plano. Vá em paz!
Eu nem me lembro onde ouvi e com certeza ouvi mais de uma vez de mais de uma fonte com pequenas diferenças.
A vila estava com uma seca terrível (aqui pode-se incrementar e dar riqueza de detalhes, gado morrendo, floresta virando deserto...) e o padre (ou xamã, pajé, rabino, pastor...) convoca o povo para uma reza poderosa no domingo às 5h00 da manhã.
No dia marcado toda a vila na igreja (oca, sinagoga, templo...) o padre chega, olha para o povo e vai embora, dizendo aos gritos:
- Povo de pouca fé, assim não há reza que adiante!
Ao que uma pessoa responde:
- Mas padre, acordamos cedo e viemos em peso aqui, isso não é demonstração de fé?
- Meu filho, se vocês tivessem fé de verdade viriam de guarda-chuvas!
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Outra história parecida eu ouvi na peça "A Alma Imoral", quando soube que a abertura do Mar Vermelho só acontece depois de iniciada a travessia.
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Não se espera a chuva para buscar o guarda-chuva. Não se espera o mar abrir para atravessar. Quem abre o mar é quem o atravessa!
E é assim na vida: acreditamos, fazemos e acontece.
Num momento como o vivemos hoje essa fé é ainda mais importante. É preciso acreditar e fazer acontecer. Está difícil, os sinais são péssimos, mas mesmo assim e até por isso precisamos buscar a fé e prosseguir.
E não prosseguir de maneira pueril ou ingênua, não é abdicar de justiça, mas até para isso é preciso força.
Sigamos!
Uma coleção é mais do que a soma dos objetos que a compõem.
A coleção até valoriza mais a unidade.
Já faz algum tempo que eu recebi a incumbência de ser guardião de um coleção valiosa: os CDs da minha irmã caçula.
Com um gosto musical apurado e eclético ela foi guardando CDs maravilhosos, muitos deles autografados.
Quando ela se mudou não havia mais espaço para a coleção e eu morava numa casa bem espaçosa. Fiquei feliz, honrado e cheio de reponsabilidade.
De lá para cá minha vida teve um turbilhão de acontecimentos, mudei de cidade duas vezes, de casa três vezes, fiquei nômade por dois períodos e a coleção sob minha estreita responsabilidade.
Finalmente achei um lugar decente para guardar. Ainda falta organizar melhor, talvez catalogar e ordenar, ou melhor de tudo, ouvir.
Estou feliz por ter conseguido manter a coleção depois de tantas mudanças e continuar sendo merecedor da confiança, agora é escolher a melhor trilha sonora, não será fácil...
Ontem fiquei sabendo do tio Jacob. Um tio que me inspirou em muitas coisas. Fiquei lembrando do dia em que o conheci e, percorrendo o caminho da vida, me apercebi que são muitas as lembranças e admirações que ficaram.
Ficou uma tristeza serena, um dor constante misturada com as alegrias que ele me proporcionou.
Não é segredo que o tio Jacob foi minha inspiração para muitas coisas, inclusive a engenharia e a Mauá.
Guardo comigo muitas lembranças alegres e uma lembrança material que releva o cuidado que ele sempre teve com as coisas e ainda mais com as pessoas.
Fiquei lisonjeado quando ele me deu esse presente tão caro.
Vá em paz, Jacob!