Voltando para casa, perdido nos meus pensamentos em cima da bicicleta. Não nos pensamentos, mas em um pensamento específico: a memória. Minha vida é a minha memória? Se é isso então o mal que o Alzheimer faz é acabar com a vida e não trazer a morte.
Nesse pensamento me veio o título desse post: Intacta Memória.
Claro que eu vi isso em algum lugar, claro que não faz sentido. A minha memória não fica intacta, eu a torturo para guardar o que quero, eu a bombardeio repetindo lembranças. Intacta? Nunca!
Chegando em casa fui direto ao Google e encontrei um poema de Sophia Andressen, que eu conhecia por ser a mãe do escritor Miguel de Sousa Tavares.
Intacta Memória
Intacta memória – se eu chamasse
Uma por uma as coisas que adorei
Talvez que a minha vida regressasse
Vencida pelo amor com que a lembrei.
Sophia de Mello Breyner Andresen (Porto, 6/11/1919 – Lisboa, 2/7/2004)
Não fiquei torturando minha memória para saber se eu conhecia ou não. Porque a resposta veio em seguida. Eu me lembrei de "Intacta Retina" da música Cajuína do Caetano e aí misturei com meu pensamento.
Enfim, minha memória não está intacta, está em contínua mudança, alguns claros eu preencho com boas conversas com as pessoas que convivi. O que esqueço, esqueço. E vou tentando ir preenchendo minha vida de memórias boas a cada dia.
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
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