sexta-feira, 9 de setembro de 2016

A revolta da vacina

Não. Esse post não é sobre a revolta da vacina ocorrida no Rio de Janeiro no início do século XX.
Também não é sobre vacinar ou não vacinar, as reflexões abaixo parte do pressuposto que a vacina é necessária. Porém a reflexão não é inválida sem esse pressuposto.
Esse post é para lembrar do dia que levei minha filha para tomar vacina quando morávamos no Guarujá.
Nenhum pai quer ver os filhos sofrendo e a minha lembrança de vacinas e injeções é bem dolorida, nunca gostei, sempre foi um sofrimento.
Ao levar minha filha eu me lembrava do sofrimento, com isso sentia um aperto no coração de levá-la para esse sofrimento.
Eu esperava e aceitaria choro, revolta, escândalo. Fui preparado para isso.
No entanto ela, tão pequenina, fez uma carinha de choro, mas não derramou uma lágrima sequer.
Essa reação tão digna e sublime só fez aumentar a minha dor. Tivesse ela gritado seria mais compreensível, mas aguentar a dor me foi mais dolorido.
Acredito que isso aconteça sempre que temos que levar uma notícia ruim, seja uma demissão, a não escolha para uma posição, o término de um relacionamento, ou qualquer outra notícia ruim, mas obrigatório.
Nos enchemos de coragem e levamos a notícia, que afinal precisa ser dada, assim como a vacina. E quando a pessoa recebe a notícia com elevada dignidade, maturidade e serenidade, nos sentimos ainda mais sofridos.

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